ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL EM PROMOÇÃO DA SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DO PROJETO "CRESCER SAUDÁVEL" COMO MODELO DE INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE, SERVIÇO PÚBLICO E COMUNIDADE
Palavras-chave:
Saúde Coletiva, Extensão Comunitária, Promoção da Saúde, Educação BásicaResumo
A ação de extensão "Crescer Saudável", realizada por estudantes de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), evidenciou o potencial da articulação intersetorial como base para ações efetivas de promoção da saúde, alinhando-se aos princípios da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). O projeto, desenvolvido no Campus Chapecó-SC entre junho e julho de 2025, teve como um de seus fundamentos estratégicos a construção de uma rede colaborativa que integrou universidade, serviço público e comunidade escolar. Essa integração materializou-se por meio de uma parceria com a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC), onde os extensionistas receberam capacitação técnica sobre segurança alimentar, produção regional e procedência sanitária. Esse conhecimento fornecido diretamente pelo órgão fiscalizador, que atua na defesa agropecuária do Estado, consistiu no primeiro eixo de atuação do projeto e conferiu rigor científico e autoridade ao conteúdo que seria posteriormente levado à escola, saindo do âmbito do senso comum. Como segundo eixo de atuação, estabeleceu-se um diálogo sólido com a direção e o corpo docente da Escola Básica Municipal Clara Urmann Rosa, permitindo que a intervenção pedagógica com as 47 crianças do 1º ano do Ensino Fundamental fosse perfeitamente integrada ao contexto educacional. Essa prévia articulação foi crucial para o alto engajamento observado, tanto dos alunos quanto das professoras regentes, que foram impactadas indiretamente pela ação. O terceiro eixo estratégico visou ao transbordamento comunitário, com a atividade sendo projetada para estimular que as discussões iniciadas na escola fossem replicadas no ambiente familiar. Esse objetivo concretizou-se por meio do relato espontâneo das crianças sobre suas hortas domésticas e da comunicação indireta estabelecida com as famílias. Como resultado do alinhamento entre os três eixos, o projeto demonstrou um impacto ampliado, fortalecendo o papel social da universidade como agente articulador entre o poder público e a comunidade. A parceria com a vigilância agropecuária estadual qualificou tecnicamente a ação; o vínculo com a escola garantiu seu enraizamento no território educativo; e a estratégia de envolvimento das famílias potencializou seu alcance. Conclui-se que a experiência serve como um modelo viável e potente para ações de promoção da saúde, recomendando-se a formalização de tais parcerias por meio de termos de cooperação para assegurar sustentabilidade e expandir iniciativas que consolidam canais permanentes de diálogo entre a universidade e os múltiplos setores da sociedade.
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