MORTALIDADE POR ACIDENTES OCORRIDOS EM PACIENTES DURANTE A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS MÉDICOS E CIRÚRGICOS NA REGIÃO SUL DO BRASIL NO PERÍODO DE 2019 A 2023
Palavras-chave:
mortalidade, procedimentos médicos e cirúrgicosResumo
Introdução: Durante a prestação de cuidados médicos e cirúrgicos, podem ocorrer acidentes que resultam em eventos adversos, os quais são definidos como situações indesejáveis capazes de causar danos físicos e/ou emocionais aos pacientes, podendo inclusive levar ao óbito. Entre os eventos adversos mais comuns nesse contexto, destacam-se cirurgias mal sucedidas, erros cirúrgicos, complicações pós-operatórias, infecções hospitalares, erros de medicação e diagnósticos incorretos. Dada sua gravidade, esses eventos configuram um importante problema de saúde pública. Objetivo: Descrever a mortalidade por acidentes ocorridos em pacientes durante a prestação de cuidados médicos e cirúrgicos na região Sul do Brasil, no período de 2019 a 2023. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e temporal, realizado com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde - SUS (SIH/SUS), acessados por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram coletados dados sobre óbitos relacionados a acidentes ocorridos em pacientes durante a prestação de cuidados médicos e cirúrgicos (CID10 Y60-69) nos estados do Paraná (PR), do Rio Grande do Sul (RS) e de Santa Catarina (SC) nos anos de 2019 a 2023, sendo consideradas as variáveis: local de ocorrência, sexo, cor/raça, faixa etária e a causa do óbito. A taxa de letalidade foi calculada dividindo o total de mortes por acidentes ocorridos em pacientes durante a prestação de cuidados médicos e cirúrgicos pelo total de hospitalizações por essas complicações no mesmo período e região, multiplicado por 100. Por se tratar de dados agregados, de domínio público e sem identificação dos participantes, não foi necessária à apreciação ética. Resultados: No período analisado, foram registradas 106.305 internações por complicações relacionadas à assistência médica e cirúrgica, das quais 22 resultaram em óbito, correspondendo a uma taxa de letalidade de aproximadamente 0,021%. Desses óbitos, 12 ocorreram no RS, 7 em SC e 3 no PR. Os anos de 2019 e 2023 concentraram o maior número de mortes (n=6 cada). A maioria dos óbitos ocorreu em ambiente hospitalar (n=20; 90,9%), entre pacientes do sexo feminino (n=18; 81,8%) e de cor branca (n=19; 86,4%). A faixa etária com maior ocorrência foi a de 80 anos ou mais (n=8; 36,4%). Quanto à causa específica do óbito, 13 casos (59,1%) foram atribuídos a cortes, punções, perfurações ou hemorragias acidentais durante procedimentos médicos ou cirúrgicos (CID-10 Y60). Conclusão: Os dados indicam que, apesar da baixa mortalidade por acidentes durante cuidados cirúrgicos, os óbitos ocorreram com maior frequência em mulheres brancas com mais de 80 anos, residentes no RS, em ambiente hospitalar, no período de 2019 e 2023, que foram submetidas a cortes, punções, perfurações ou hemorragias acidentais durante os procedimentos. Esses eventos, muitas vezes evitáveis, reforçam a necessidade de estratégias voltadas à segurança do paciente e à qualificação da assistência cirúrgica. Assim, os resultados deste estudo podem subsidiar ações de prevenção e melhoria da qualidade do cuidado na região Sul do Brasil.
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