EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO MANEJO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2: ESTRATÉGIAS PARA ADESÃO, USO CORRETO DA INSULINA E AUTOGERENCIAMENTO

Autores

Palavras-chave:

Diabetes Mellitus Tipo 2, Educação em Saúde, Insulinoterapia, Autogerenciamento, Adesão ao Tratamento

Resumo

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma condição crônica multifatorial de elevada prevalência mundial, caracterizada pela resistência à insulina e associada a complicações cardiovasculares, renais, neurológicas e oftalmológicas quando não tratada de forma adequada. O manejo da doença envolve mudanças consistentes no estilo de vida, uso de hipoglicemiantes orais e, em casos avançados ou de falha terapêutica, a necessidade de insulinoterapia. Apesar da existência de métodos acessíveis de prevenção e controle, a baixa adesão ao tratamento ainda se apresenta como um dos maiores desafios enfrentados na prática clínica, sendo influenciada por fatores biológicos, emocionais, culturais, socioeconômicos e pela falta de informação adequada. Este estudo consistiu em uma revisão narrativa da literatura, com objetivo de identificar as principais estratégias de educação em saúde relacionadas ao manejo do DM2, especialmente no uso correto da insulina e na promoção do autogerenciamento. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando os descritores “Diabetes Mellitus Tipo 2”, “Educação em Saúde” e “Insulina”. Foram selecionados 11 artigos publicados nos últimos cinco anos que atendiam aos critérios de inclusão. Os resultados revelaram que a falta de  conhecimento sobre a doença e sobre a técnica correta de aplicação da insulina ainda é frequente, manifestando-se em práticas inadequadas, como reutilização de agulhas, armazenamento incorreto de insulina, falhas na expulsão de bolhas de ar - comprometendo o volume administrado - e no descarte de materiais. Além disso, foram observadas dificuldades relacionadas ao estigma social, sentimentos de culpa, barreiras emocionais, baixa escolaridade e condições financeiras limitadas, fatores que interferem na adesão do paciente no tratamento. Também foi constatada uma lacuna importante na comunicação entre profissionais de saúde e pacientes, em muitos casos marcada por falta de empatia, escuta qualificada e compreensão das condições de vida da pessoa com DM2. Entre as estratégias educativas consideradas eficazes
destacaram-se: (a) sessões de educação em saúde individuais ou em grupo, que possibilitam prática supervisionada e troca de experiências; (b) uso de materiais educativos, como diários de tratamento, cartilhas e livretos informativos, que reforçam a aprendizagem e auxiliam na
organização da rotina domiciliar; (c) suporte remoto por teleconsultas, aplicativos, mensagens de texto e ligações telefônicas, garantindo acompanhamento contínuo, esclarecimento de dúvidas e incentivo ao autocuidado; e (d) participação da família no processo terapêutico,
fortalecendo a rede de apoio e a adesão do paciente. Observou-se que estratégias que unem informação, motivação e acolhimento apresentaram melhores resultados do que aquelas restritas à transmissão de conhecimento. Conclui-se que programas de educação em saúde humanizados, personalizados e contínuos são fundamentais para o manejo adequado do DM2, pois ampliam a adesão terapêutica, promovem o uso correto da insulina e contribuem para a
melhoria da qualidade de vida. A revisão reforça a importância de políticas públicas que garantam a implementação dessas práticas nos serviços de saúde, sobretudo na atenção primária, e recomenda a realização de estudos longitudinais, com maior diversidade de amostras, para avaliar a efetividade das diferentes intervenções em diferentes contextos socioculturais. 

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Chapecó