EXPRESSANDO O QUE EU SINTO E ENTENDENDO O QUE O OUTRO SENTE: OFICINAS PARA FORMAÇÃO CRÍTICA E SENSÍVEL FRENTE AOS DESAFIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde; Extensão Universitária; Formação em Saúde; Humanização; Interdisciplinaridade.Resumo
A Atenção Primária à Saúde (APS) é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e demanda sensibilidade às múltiplas realidades socioculturais dos territórios. Nesse contexto, a extensão universitária exerce um papel essencial na formação crítica, ética e humanística dos futuros profissionais de saúde ao promover a correlação entre ensino, pesquisa e vivências práticas. O projeto “Oficinas Expressando o que Eu Sinto e Entendendo o que o Outro Sente: conexões de saúde em diversos idiomas - ESEOS” teve como objetivo fomentar debates e reflexões sobre os desafios enfrentados na APS, incentivando o diálogo entre estudantes e profissionais de saúde, com foco na superação de barreiras socioculturais e no fortalecimento da integração entre os cursos de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó (UFFS). As oficinas foram realizadas de forma remota por meio da plataforma Google Meet, ampliando o alcance da atividade e possibilitando a participação de docentes e profissionais com diferentes formações e vivências. Os palestrantes convidados foram médicos atuantes na APS. A iniciativa foi organizada em parceria com a equipe de monitoria dos CCRs de Saúde Coletiva e utilizou metodologias ativas como aulas dialogadas, rodas de conversa e momentos de debate, priorizando a escuta qualificada e a troca de experiências. A primeira oficina, realizada em abril de 2025, contou com a participação de 25 estudantes e abordou os desafios culturais no atendimento à populações indígenas e imigrantes. Foram discutidos aspectos como barreiras linguísticas, costumes, crenças e estratégias de acolhimento e comunicação, promovendo reflexões sobre a importância da empatia e da valorização da diversidade. A segunda oficina, intitulada “Subjetividade do ser na Medicina de Família: o caminho do ser seu próprio curador”, abordou as percepções subjetivas no cuidado em saúde, estimulando os participantes a refletirem sobre o conceito de cura e os sentimentos que emergem no exercício da prática profissional. Já a terceira oficina, “RAS: Linha de cuidado para pessoas com doenças crônicas”, tratou da importância da Rede de Atenção à Saúde no acompanhamento de pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Foram debatidos o papel da APS, a necessidade de um manejo clínico adequado, a articulação entre os pontos da rede e os impactos da abordagem centrada no paciente na promoção da qualidade de vida. A experiência evidenciou o papel transformador da extensão universitária na formação de profissionais mais sensíveis às questões humanas, sociais e territoriais envolvidas na prática em saúde. Os relatos dos participantes por meio de roda de conversa virtual, destacaram avanços na escuta ativa, empatia, criticidade e compreensão do papel da APS como eixo estruturante do SUS. O Projeto Oficinas ESEOS consolidou-se como um espaço potente de diálogo, aprendizagem e integração entre ensino, pesquisa e extensão. Sua atuação contribui para a formação de profissionais comprometidos com a equidade e a humanização do cuidado, reafirmando a relevância da extensão universitária na formação acadêmica.
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