A MONITORIA INTERCULTURAL: INSERÇÃO DE POVOS INDÍGENAS, IMIGRANTES E QUILOMBOLAS UFFS-CAMPUS ERECHIM
Palavras-chave:
Monitoria Intercultural; Inclusão Acadêmica; Povos Indígenas: Quilombolas; Imigrantes.Resumo
A Monitoria Intercultural desenvolvida na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Erechim-RS, constitui-se em ação afirmativa direcionada à inserção e permanência de estudantes indígenas, imigrantes e quilombolas no ensino superior. Este texto tem como objetivo relatar a atuação como monitor, entre Maio 2024 - Agosto 2025, pelo acadêmico indígena do povo baniwa Reinaldo Gomes Fontes, do curso de Ciências Biológicas, natural da aldeia Ucuqui Cachoeira, pertencente ao município de São Gabriel da Cachoeira - Amazonas. Com dedicação de 16 horas semanais na sala LIFE, bloco A, e, também, atendimento por meio do aplicativo de mensagens e plataformas de videoconferência. A monitoria contemplou acolhimento, orientação institucional, apoio pedagógico e mediação administrativa. Foi realizado o acompanhamento de 30 estudantes ingressantes pelo Processo Seletivo Indígena (PIN), Seletivo Simplificado e SISU (cotas) com ênfase na ambientação acadêmica. As ações de acolhimento do monitor compreendem ação dentro da universidade como: visitas guiadas aos laboratórios, biblioteca, blocos dos professores, blocos (A/B) de aula, sala de estudo, setor administrativos, além de reuniões com Setor de Assuntos Estudantis (SAE), repasse de
informes sobre bolsas, auxílios, matrículas, documento de Projetos Pedagógicos dos Cursos, os quais contêm pré-requisitos de cada componente curricular. O monitor também orienta quanto à rotina acadêmica: indicando materiais de apoio, como guias de Normalização da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - 2024, modelos de trabalhos acadêmicos e instruções sobre o uso de sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), da Biblioteca Virtual do Mundo, do Portal de Periódicos da CAPES (com guia e tutorial para utilização), da
Plataforma Lattes, tutorial para acesso aos e-books da Plataforma Minha Biblioteca, ademais outros tutoriais digitais quanto repositório digital (RD). Mas, o acolhimento universitário supera os limites da universidade e representa um apoio para a adaptação acadêmica: busca por moradia, o acesso a auxílios socioeconômicos criando contas nos bancos, a logística de deslocamento da região Norte (Amazonas) ao Rio Grande do Sul no município Erechim, a obtenção de carteirinhas estudantis destinados ao transporte coletivo urbano e ao restaurante universitário bem como os contatos e nomes da monitoria de ensino. O acompanhamento envolveu estudantes indígenas de diferentes etnias e cursos de bacharelado e licenciatura, como Ciências Biológicas, Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Agronomia, Educação do Campo, Pedagogia, História, Filosofia, Geografia, com suporte técnico, pedagógico e administrativo, além da realização de atividades de integração acadêmica e cultural. Destacaram-se também a produção de materiais de apoio, a mediação de demandas junto aos docentes e o encaminhamento de situações de discriminação às instâncias competentes da universidade. As ações foram ampliadas, contemplando também estudantes do curso de licenciatura em Educação do campo, com encontros presenciais e suporte remoto. A monitoria firmou-se como estratégia de democratização do ensino superior, promovendo permanência estudantil, integração cultural e respeito à diversidade étnica. A experiência da Monitoria Intercultural demonstra relevância técnica, pedagógica, administrativa e social, ao articular acolhimento, apoio acadêmico e proteção dos direitos estudantis, consolidando a UFFS como espaço de diversidade, equidade e inclusão.
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