SÍFILIS ADQUIRIDA NO SUL DO BRASIL: ESTIMATIVA FUTURA DE NOVOS CASOS UTILIZANDO O MODELO DE MEMÓRIA DE CURTO-LONGO PRAZO (LSTM)
Palavras-chave:
Sífilis, Infecções Sexualmente Transmissíveis, Algoritmos de Predição, Planejamento em SaúdeResumo
Introdução/Objetivo: A sífilis adquirida representa um desafio de saúde pública na Região Sul do Brasil. Nesse contexto, os modelos de predição podem contribuir para o planejamento de seu enfrentamento. Este estudo objetivou estimar os casos de sífilis adquirida na região sul do Brasil por meio do modelo de Memória de Curto-Longo Prazo (LSTM). Métodos: Foram utilizados dados públicos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação referentes às notificações de novos casos mensais de sífilis adquirida no Brasil de 2014 a 2023. As variáveis sociodemográficas incluíram sexo, faixa etária e raça/cor. A estacionariedade é testada pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado, a tendência pelo teste de Mann-Kendall e a autocorrelação pelo teste de Ljung-Box. O modelo de Memória de Curto-Longo Prazo (LSTM) é um tipo de Rede Neural Recorrente (RNN) utilizada para prever séries temporais. As RNN’s possuem conexões temporais, com cada neurônio recebendo informações da camada anterior e de sua própria ativação passada, permitindo o processamento de dados ao longo do tempo. A validação ocorre pelas métricas erro percentual absoluto médio (MAPE), erro quadrático médio (RMSE) e erro absoluto médio (MAE). O modelo foi implementado em Python com as bibliotecas Keras, Statsmodels e pyMannKendall. Considerou-se p ≤ 0,05 como estatisticamente significativo. Resultados: A série temporal mostrou não estacionaridade (Dickey-Fuller Aumentado, p > 0,05), tendência crescente (Mann-Kendall), autocorrelação (Ljung-Box, p < 0,05) e sazonalidade. O modelo LSTM com 400 neurônios, 100 epochs e loss calculada pelo MAPE demonstrou bom desempenho (RMSE = 512,60; MAPE = 0,10; MAE = 419.29) e ruídos independentes (p = 0,4). As previsões para 2024 e 2025 indicam manutenção de casos elevados, com pico em janeiro de 2024 (4.632 casos) e média de 4.519 casos notificados mensalmente. As análises por raça/cor mostraram tendência de aumento em todas, com estacionaridade positiva para preta, parda e indígena. Homens e mulheres apresentaram séries estacionárias com tendência crescente. Faixas etárias de até 20 anos e 60 anos ou mais foram estacionárias; as demais, não. Todas tiveram tendência de aumento. Nenhuma subcategoria apresentou autocorrelação. Conclusão: O modelo LSTM mostrou-se adequado para estimar os casos notificados de sífilis adquirida na região sul para os próximos 2 anos. Os achados reforçam a importância do uso de modelos preditivos nas estratégias de vigilância epidemiológica.
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Copyright (c) 2025 Maria Clara da Silva Maia, Antonio Manoel Ferreira Raymundo, Kelly de Almeida Schlager, Lídhia Cainnã de Souza Araújo, Ketlin Angelin, Daiane Conceição de Araujo, Daniela Teixeira Borges, Renata dos Santos Rabello

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