ESTIMATIVA FUTURA DE NOVOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NA REGIÃO SUL DO BRASIL UTILIZANDO O MODELO DE MEMÓRIA DE CURTO-LONGO PRAZO (LSTM)
Palavras-chave:
Sífilis, Infecções Sexualmente Transmissíveis, Planejamento em Saúde, Algoritmos de PrediçãoResumo
Introdução/Objetivo: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, cuja propagação pode ser também vertical. É uma causa de mortalidade fetal, necessitando, portanto, de forte monitoramento epidemiológico. O objetivo deste estudo é estimar casos de sífilis congênita na região sul do Brasil até junho de 2026 utilizando o modelo de Memória de Curto-Longo Prazo (LSTM). Métodos: O modelo de Memória de Curto-Longo Prazo (LSTM) é um tipo de Rede Neural Recorrente (RNN) utilizada para prever séries temporais. As RNN’s possuem conexões temporais, com cada neurônio recebendo informações da camada anterior e de sua própria ativação passada, permitindo o processamento de dados ao longo do tempo. A estacionariedade é testada pelo método de Dickey-Fuller aumentado, a tendência pelo teste de Mann-Kendall e a autocorrelação pelo teste de Ljung-Box. A validação considera o erro percentual absoluto médio (MAPE), o erro quadrático médio (RMSE) e o erro absoluto médio (MAE). Foram analisados dados mensais de sífilis congênita no Brasil de janeiro de 2014 a junho de 2024, disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, incluindo variáveis de raça, sexo e faixa etária da mãe. A modelagem foi feita em Python, com as bibliotecas Keras, Statsmodels e pyMannKendall. Valores de p ≤ 0,05 foram considerados significativos. Resultados: A série mostrou-se estacionária (p = 0,01), com tendência crescente, presença de autocorrelação (p = 3,3e-57) e sazonalidade. O modelo LSTM com 400 neurônios, 100 epochs e loss calculada pelo MAPE demonstrou bom desempenho preditivo (RMSE = 45,87; MAPE = 0,15; MAE = 38,46) e presença de autocorrelação nos ruídos (p = 0,004). As projeções indicam entre 239 e 296 casos mensais de julho de 2024 a junho de 2026, com pico no final de 2024 e início de 2025. Não houve autocorrelação por raça, gênero ou faixa etária materna. Exceto para mães com até 20 anos. Estacionaridade foi observada apenas na raça preta e tendência de aumento apareceu nas raças preta e amarela. Não houve tendência nem estacionaridade entre os gêneros. Nenhuma faixa etária materna foi estacionária e todas apresentaram tendência de aumento. Conclusão: O modelo LSTM apresentou boa acurácia nas previsões de casos de sífilis congênita na região Sul do Brasil para os próximos dois anos, mesmo com a não independência dos ruídos. Recomenda-se sua aplicação contínua como ferramenta de vigilância epidemiológica.
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Copyright (c) 2025 Maria Clara da Silva Maia, Antonio Manoel Ferreira Raymundo, Kelly de Almeida Schlager, Ketlin Angelin, Lídhia Cainnã de Souza Araújo, Daiane Conceição de Araujo, Daniela Teixeira Borges, Renata dos Santos Rabello

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