AVALIAÇÃO COMO TESSITURA: A EXPERIÊNCIA DE ESCRITA DE RELATÓRIOS NA ESCOLA MARISTA MEDIANEIRA
Palavras-chave:
Relatórios de aprendizagem, Processos avaliativos , Criança , (Auto)avaliaçãoResumo
A temática da avaliação aparece de forma recorrente nos currículos das diferentes formações que conduzem à docência. Pesquisadores da área também a reconhecem como dimensão essencial do percurso formativo dos diferentes sujeitos, uma vez que constitui parte indissociável do aprender. Entretanto, na cultura educacional brasileira, a avaliação historicamente tem ocupado o lugar de instrumento de mensuração de conhecimentos, servindo sobretudo como devolutiva quantitativa do montante de aprendizagens aos órgãos responsáveis (famílias, instituição mantenedora ou a própria rede governamental). Diante desse cenário, o Colégio Marista Medianeira, de Erechim-RS, após processo interno de formação de seus profissionais, buscou reformular as práticas avaliativas a partir de uma nova perspectiva humanizada. Este relato de experiência abordará especificamente uma das facetas das possibilidades de avaliação dentro das premissas propostas reformuladas por esta instituição: O processo de escrita dos relatórios de aprendizagem, que acontece tanto na Educação Infantil quanto nos Anos Iniciais. Esse processo reposiciona a avaliação como experiência pertencente à criança, construída com ela e para ela, compreendida como processo contínuo, formativo e participativo no cotidiano escolar. Longe de se reduzir a registros padronizados, o relatório se apresenta como narrativa que dá visibilidade ao percurso, assegurando que cada etapa do desenvolvimento seja reconhecida em sua singularidade. Destaca-se que, neste contexto institucional, torne-se indispensável que a autoria da professora seja compartilhada com a criança. Isso porque, junto deste processo formativo e vivências sociais, compreende-se a criança como sujeito ativo. Nesse sentido, é imprescindível que, no processo de aprendizagem, ela seja participante de sua própria (auto) avaliação. O relatório não é escrito sobre, mas a partir dela e para ela. Ademais, o referido movimento constitui-se como exercício reflexivo que oportuniza as professoras debruçar-se em questões fundamentais: quem é a criança para quem escrevo? Por que escrevo para ela? Participando ativamente da história de aprendizagem da criança. Narrando estas respostas com base em evidências concretas, colhidas no cotidiano (escuta sensível, observações, registros fotográficos, diálogo, produções e registros). Este formato de escrita cumpre uma função essencialmente dialógica. Primordialmente, esta organização serve como espelho para a criança, pois ao ler ou ouvir o relatório, ela se reconhece na narrativa, visualiza seu percurso e constrói uma autoimagem de si em constante aprendizagem
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