MEDIAÇÃO E CURIOSIDADE: A ATUAÇÃO DA PROFESSORA NOS PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO

Autores

  • Danieli Fátima Lazarotto Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Erechim/RS
  • Juliana Fornech Minella Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Erechim
  • Gabriella Galvagna Demarco Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Erechim
  • Daiane Bornelli de Andrade Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Erechim
  • Flávia Burdzinski de Souza Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Erechim

Palavras-chave:

Projetos de investigação; Currículo emergente; Docência nos anos iniciais.

Resumo

Como promover um aprendizado significativo por meio de projetos investigativos, que valorizem os interesses, as experiências e as vozes das crianças? Para responder a essa pergunta, é essencial  refletir sobre o papel de todos os sujeitos envolvidos, as condições necessárias para essas  vivências, a articulação entre saberes cotidianos e escolares e, sobretudo, a necessidade de uma escuta atenta, sensível e respeitosa por parte da educadora. A compreensão do protagonismo compartilhado nas vivências dos projetos de investigação exige uma análise aprofundada sobre o papel dos sujeitos envolvidos nesse processo. A definição do protagonismo, nesse contexto, não se restringe à figura da professora ou da criança isoladamente, mas à interação dialética entre ambos, em que o conhecimento é construído coletivamente, por meio de práticas investigativas  e reflexivas. Escutar de fato exige muito mais do que apenas ouvir. Exige uma postura consciente,  atenta e reflexiva para entender as nuances e entrelinhas que as crianças nos trazem.  A escuta é  fundamental em qualquer processo de aprendizagem, sendo uma premissa essencial para que a  aprendizagem aconteça de forma significativa. O trabalho com projetos de investigação nos anos  iniciais parte da compreensão de que os interesses, curiosidades e perguntas das crianças são  potentes disparadores de aprendizagens significativas. Nesse novo paradigma, a professora é  desafiada a adotar uma postura de observadora, questionadora e pesquisadora, promovendo a  investigação, o questionamento e a reflexão crítica entre as crianças. Quando a escola reconhece que o ato de aprender está profundamente relacionado ao desejo de conhecer, o currículo deixa de ser apenas uma sequência linear de conteúdos e se transforma em um espaço vivo, aberto e em constante construção. Ao atuar como mediadora, a professora valoriza e legitima os saberes prévios das crianças, permitindo-lhes assumir uma postura de participação em seu próprio processo de aprendizagem. As pesquisas investigativas devem ser valorizadas como uma  ferramenta de busca de identidade e de compreensão do mundo, proporcionando as crianças a oportunidade de se perceberem como sujeitos capazes de questionar, investigar e transformar a realidade ao seu redor. A professora deve ser capaz de desafiar as crianças a pensar além do conteúdo tradicional e a construir novos saberes. Um projeto pode emergir de diferentes maneiras, pois projetar não se resume à elaboração de um plano fechado e previamente definido em todas as suas etapas, mas está relacionado ao movimento de narrar e acompanhar processos.  Esse processo deve conter uma dimensão de antecipação, na qual a educadora imagina possibilidades e, ao mesmo tempo, permanece aberta à evolução dinâmica do percurso,  reconhecendo erros, acolhendo imprevistos, avaliando o processo e projetando novas intervenções. Assim, para promover um aprendizado significativo, é essencial que a professora  atue como mediadora, articulando o currículo institucionalizado com o currículo que emerge dos  projetos de investigação, ouvindo e acolhendo as crianças, e criando um ambiente instigante ao  desenvolvimento, onde elas possam explorar, descobrir e construir conhecimento de forma autônoma e significativa. 

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Pesquisa - Campus Erechim