A SUSTENTABILIDADE NA ROTULAGEM E EMBALAGEM DOS ALIMENTOS
Palavras-chave:
Rotulagem ambiental; certificação tipo I; economia circular; embalagens sustentáveis; resíduos.Resumo
O presente trabalho analisa a rotulagem ambiental, com destaque para a certificação Tipo I estabelecida pela ABNT, como instrumento capaz de informar consumidores sobre produtos de menor impacto ao longo de todo o seu ciclo de vida, desde a extração da matéria-prima até o descarte final. O objetivo é compreender de qual maneira esse mecanismo se relaciona com a economia circular no Brasil, aproximando‐se de normativas regulatórias e de experiências locais de gestão de resíduos. Metodologicamente, trata-se de uma revisão bibliográfica e documental, apoiada em normas técnicas, diretrizes sanitárias e planos nacionais de resíduos sólidos, além de exemplos práticos de implementação municipal. Os resultados evidenciam que a certificação contribui para a adoção de materiais recicláveis ou biodegradáveis, incentiva a redução de consumo de água e energia e atua como diferencial competitivo para empresas, ao mesmo tempo em que fortalece a imagem institucional. Do ponto de vista do consumidor, amplia a possibilidade de escolhas conscientes e ambientalmente responsáveis. Como exemplo, um município de pequeno porte situado na região Sudoeste do Paraná, estruturou um sistema de coleta seletiva que organiza dias específicos para diferentes resíduos, contando com triagem realizada por cooperativas que geram renda para famílias locais, demonstrando como políticas públicas associadas a iniciativas comunitárias podem reforçar a lógica circular. Entretanto, persistem empecilhos relevantes: muitos consumidores ainda não compreendem plenamente o significado dos rótulos, faltam incentivos econômicos que estimulem a adesão em larga escala e permanece o dilema de equilibrar embalagens sustentáveis com a necessidade de preservação do produto durante sua vida útil. Regulamentações recentes têm buscado atualizar as orientações sobre embalagens, incluindo a incorporação de materiais biodegradáveis e a introdução de técnicas de reciclagem química em condições seguras, o que amplia as possibilidades de reaproveitamento. Já o Plano Nacional de Resíduos Sólidos define metas de recuperação progressiva até 2040, reforçando a integração entre certificação, logística reversa e políticas públicas. Nesse sentido, a rotulagem ambiental, quando associada a regulamentações e práticas de economia circular, constitui ferramenta estratégica para reduzir poluição, evitar desperdícios e ampliar a confiabilidade das informações fornecidas à sociedade. Conclui-se, portanto, que essa integração representa não apenas uma política ambiental, mas também um vetor de desenvolvimento sustentável, equilibrando competitividade econômica, preservação de recursos e responsabilidade social.
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