O COTIDIANO ESCOLAR E O DIÁLOGO ENTRE CURRÍCULOS E CULTURAS DA INFÂNCIA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Palavras-chave:
Currículo escolar; Cultura Infantil; Cotidiano Escolar; Práticas Pedagógicas.Resumo
O presente resumo tem como tema central a relação entre currículo, cotidiano escolar e culturas infantis nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com ênfase nos desafios e possibilidades pedagógicas que permeiam esse contexto. O objetivo geral do estudo buscou investigar de que maneira o currículo dos anos iniciais do Ensino Fundamental dialoga com o cotidiano e as culturas infantis, analisando os principais desafios enfrentados pelos professores e as possibilidades para a construção de práticas pedagógicas mais significativas. No que se refere à
metodologia, esta pesquisa foi de abordagem qualitativa, de natureza bibliográfica e documental. A análise bibliográfica baseou-se em autores que discutem o currículo em articulação com as culturas da infância. Já a análise documental foi realizada com base em documentos normativos que tratam da infância e da educação básica, considerando suas especificidades, entre os quais se destacam a Constituição Federal de 1988 e a Base Nacional Comum Curricular. Os resultados revelaram contradições entre os princípios legais curriculares, como os estabelecidos pela BNCC, e as práticas escolares que ainda se apoiam em modelos tradicionais, pouco abertos à escuta das infâncias e ao reconhecimento das crianças
como protagonistas do processo educativo. Observou-se que o brincar, embora reconhecido como linguagem da infância, muitas vezes é negligenciado nas práticas escolares. Além disso, destaca-se a fragilidade da formação docente frente aos desafios de construir práticas pedagógicas investigativas, sensíveis às culturas infantis. Como possibilidade, o estudo aponta a necessidade de ressignificação do currículo a partir da escuta ativa das infâncias, do fortalecimento do protagonismo infantil e da valorização do cotidiano como espaço de aprendizagem. Ressalta-se a importância de práticas pedagógicas que promovam o diálogo entre saberes escolares e experiências das crianças, considerando o professor como mediador e pesquisador do cotidiano escolar. Conclui-se que a efetivação de um currículo significativo exige ruptura com práticas tradicionais e a construção de tempos e espaços que respeitem as
singularidades da infância. O estudo reforça que o currículo deve ser flexível, sensível às múltiplas linguagens das crianças e comprometido com uma educação ética, estética, afetiva e voltada para a formação integral dos sujeitos. A partir disso, destaca-se a urgência de políticas de formação docente e reorganização do espaço escolar que favoreçam a construção de uma escola mais acolhedora, democrática e centrada nas infâncias.
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