COMUNICAR PARA CUIDAR: EXPERIÊNCIAS DE LETRAMENTO EM SAÚDE NO ENFRENTAMENTO À DESINFORMAÇÃO

Autores

  • Camila Ferreira Puntel UFFS
  • Alexia Tailine Etges Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Nicolle Palerosi Borges Bonom Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Valéria Silvana Faganello Madureira Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Larissa Hermes Thomas Tombini Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Daniela Savi Geremia Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

educação em saúde, relações comunidade-instituição, letramento em saúde, desinformação

Resumo

A desinformação em saúde, intensificada pelo uso das redes sociais e pela circulação de fake news, constitui um desafio contemporâneo com sérias implicações individuais e coletivas. O projeto Comunicar para Cuidar: Oficinas de Letramento em Saúde para o Enfrentamento à Desinformação em Saúde, desenvolvido pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) em parceria com outras instituições, busca fortalecer o papel de agentes comunitários, educadores, famílias e estudantes como protagonistas no enfrentamento da desinformação, por meio de oficinas participativas fundamentadas na Educação Popular em Saúde. O presente trabalho objetiva relatar a experiência da primeira oficina realizada como operacionalização do projeto, de caráter interinstitucional, realizada em parceria com o projeto Saúde em Ação, a Liga Acadêmica de Saúde Coletiva, o Laboratório ECOS/UnB, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas e Gestão em Saúde (PPGS) da UFFS e o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFFS. A oficina “Os perigos da desinformação”, realizada em 17 de julho de 2025 na Escola Básica Municipal Jardim do Lago, contou com a participação de aproximadamente 120 estudantes, quatro professores e cinco pais/responsáveis. A atividade abordou temas sugeridos pela instituição de ensino como: fontes seguras de informação, consequências das fake news, riscos do compartilhamento irresponsável, influência digital na indução ao consumo de produtos desnecessários, cuidados no uso de inteligências artificiais e o papel da família na orientação e acompanhamento de crianças e adolescentes. Para tornar o conteúdo mais dinâmico, os estudantes foram divididos em grupos para analisar, após a etapa expositiva da atividade, notícias e classificá-las como verdadeiras ou falsas, justificando suas escolhas. A atividade foi seguida por um debate coletivo para promover a aprendizagem crítica. A oficina mostrou-se altamente produtiva, tanto para os acadêmicos que conduziram a ação quanto para os participantes, que demonstraram maior domínio crítico do tema ao final da atividade, evidenciado nas justificativas da atividade prática. A estratégia lúdica favoreceu o engajamento, estimulou o pensamento reflexivo e contribuiu para que estudantes, professores e pais reconhecessem a importância da checagem de informações na internet e do papel ativo das famílias no acompanhamento digital. Além disso, a experiência reforçou a relevância da integração entre universidade, escola e comunidade no enfrentamento da desinformação em saúde. A experiência da oficina evidencia o potencial do projeto Comunicar para Cuidar como estratégia de promoção do letramento crítico em saúde, fortalecendo a cidadania e a autonomia informacional em contextos escolares e comunitários. A ação reafirma a importância da curricularização da extensão universitária e do trabalho interinstitucional, para obtenção de resultados positivos e duradouros.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Extensão & Cultura - Campus Chapecó