SAÚDE DIGITAL NA ATUALIDADE: UMA ANÁLISE SOBRE ESTUDOS NACIONAIS
Palavras-chave:
Desenvolvimento; Sistema Único de Saúde (SUS); Políticas Públicas; Saúde DigitalResumo
Com o objetivo de analisar a evolução da temática da Saúde Digital no cenário nacional ao longo dos últimos dez anos, este estudo foi conduzido para aprofundar o entendimento sobre seus principais conceitos, identificar vantagens e tendências, descrever sua relação com a tecnologia e apresentar os resultados de pesquisas relevantes. Para alcançar tais propósitos, foi empregada uma revisão bibliométrica de abordagem descritiva, um método que permite sistematizar e quantificar informações científicas. A pesquisa selecionou exclusivamente artigos científicos nacionais publicados entre 2015 e 2025, com acesso integral, a partir das plataformas SciELO e Google Acadêmico, excluindo trabalhos internacionais, publicações desatualizadas ou sem rigor metodológico. O foco da análise, a Saúde Digital, é compreendida como um campo amplo que envolve a aplicação estratégica de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) — como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Big Data, Analytics e Robótica — para qualificar e otimizar os serviços de saúde, representando uma transformação que transcende a simples informatização de processos para englobar telemedicina, monitoramento remoto e um novo paradigma de cuidado que une o físico ao virtual. Os resultados da investigação indicam que a implementação da Saúde Digital no Brasil foi significativamente acelerada pela pandemia de Covid-19, período que demonstrou seu potencial para garantir a continuidade do cuidado. A literatura aponta vantagens claras, como a ampliação do acesso aos serviços de saúde, especialmente em regiões remotas ou com escassez de profissionais, a promoção da equidade e o aumento da eficiência operacional por meio da automação. As tendências futuras apontam para a consolidação de redes 5G, que potencializarão o uso de dispositivos vestíveis, e a crescente incorporação da IA no suporte ao diagnóstico. No entanto, o estudo também revela desafios estruturais persistentes e complexos que dificultam sua plena efetivação. Entre eles, destacam-se a desigualdade no acesso digital e a falta de alfabetização tecnológica da população, a infraestrutura de conectividade precária em diversas localidades, a necessidade urgente de capacitação contínua dos profissionais de saúde e a sobrecarga de trabalho gerada pelas novas ferramentas, como observado entre os Agentes Comunitários de Saúde. Adicionalmente, emergem discussões críticas sobre a "plataformização do Estado" e os riscos éticos associados à segurança de dados e à privatização da infraestrutura de saúde pública. Apesar de iniciativas governamentais como o Conecte SUS e a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) buscarem criar um ecossistema integrado, a efetividade dessas soluções ainda é limitada por essas barreiras sociais e estruturais, evidenciando que a consolidação da Saúde Digital no país exige um esforço integrado entre múltiplos setores para garantir que a inovação tecnológica promova um cuidado verdadeiramente equitativo e humanizado.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Tayná Kauãni Soares Goltz, Bruna Luiza Graf, Juliana Diel Rauber, Djofeson Jean Baptiste, Luíza Eduarda Jung, Marcus Vinicius Araújo Soares, Louise de Lira Roedel Botelho

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

