INGESTÃO DO COLOSTRO E O VÍNCULO MÃE-CRIA: IMPORTÂNCIA NO BEM-ESTAR E SAÚDE DA BEZERRA -RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Assistência técnica, Bem-estar animal, Gado de corte, Fase de criaResumo
Objetivou-se com esse trabalho relatar o atendimento veterinário realizado, em uma propriedade rural, no dia 19 de agosto de 2025, no município de Ampére-PR, cuja queixa clínica baseou-se na rejeição de uma bezerra recém-nascida (raça Nelore-Angus) pela mão, uma vaca da raça Nelore, o que interferiu no estabelecimento do vínculo mãe-cria e na ingestão do colostro nas primeiras seis horas de vida da bezerra neonata. O colostro é secretado pela glândula mamária da mãe nas primeiras 24h após o parto e sua composição é rica em nutrientes essenciais, sendo responsável por transferir a imunidade passiva à cria (Kinalski et al., 2024), sendo indicado sua ingestão até duas horas após o nascimento, sendo que após seis a oito horas a curva de absorção dos nutrientes diminui (De Godoi, 2023). Nesse relato, a bezerra nasceu na madrugada do dia 19 de agosto de 2025, mas só foi encontrada no pasto no início da tarde do mesmo dia, sendo levada para o curral para que o atendimento veterinário fosse realizado. Durante o exame físico geral da bezerra, observou-se ataxia, xeroftalmia, estado alerta e leve desidratação, mas seus parâmetros vitais se mantiveram dentro da normalidade. Com isso, administrou-se via oral, dois litros de colostro descongelado, que demonstrou bom apetite. Ainda, foi realizado estímulo tátil na bezerra a fim de promover seu bem-estar durante os primeiros manejos e melhorar seu desempenho até o desmame, como preconizado por Cerezo (2022). Posteriormente, a vaca foi localizada em um dos piquetes da fazenda, sendo diagnosticada com retenção de placenta, que é uma condição caracterizada pela placenta retida a mais de 12 horas após o parto, tendo causas multifatoriais (De Rezende et al., 2019), e submetida a tratamento sistêmico com antibiótico e analgésico (Terramicina/LA® e Dipirona D-500®, Zoetis). Posteriormente, foi relatado pelo proprietário que após a permanência da vaca no curral com a cria, houve re-estabelecimento do vínculo mãe e cria. Com isso, ressalta-se o cuidado com a saúde da vaca no pós-parto, para que se tenha condições de gerar uma cria em menor intervalo de tempo e aumentar a produção na próxima lactação (Souza et al., 2021). Ainda, relata-se a importância dos primeiros manejos, que devem ser feitos adequadamente e visando o bem-estar da mãe e da cria, uma vez que o bezerro é o futuro da produção, sendo pela reposição no rebanho ou pela multiplicação de valor genético. Portanto, diminuir a taxa de mortalidade e morbidade em bezerros neonatos, é fundamental para o sucesso da atividade.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Gabriela Gonçalves Fagundes, Mariana Antônia Pedroso, Eduardo Custódio dos Santos, Daniele Camila Hiert, Letícia de Azevedo, Maria Eduarda Pogorzelski, Camila Keterine Gorzelanski Trenkel, Adalgiza Pinto Neto

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

