ADOÇÃO DA ABORDAGEM CIRÚRGICA ROBÓTICA EM PROSTATECTOMIAS: EXPERIÊNCIA COM OS PRIMEIROS 150 CASOS EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO
Palavras-chave:
Cirurgia Robótica, Hospital, Pacientes, Prostatectomia, TratamentoResumo
A cirurgia robótica tem se consolidado como uma alternativa avançada às técnicas laparoscópica e aberta na prostatectomia, oferecendo maior precisão, menor sangramento e recuperação mais rápida ao paciente. Sua adoção vem crescendo no Brasil, sobretudo em centros de alta complexidade. Entretanto, a experiência inicial de cada instituição pode apresentar desafios técnicos e relacionados à curva de aprendizado dos cirurgiões. Nesse sentido, este estudo apresenta a análise dos primeiros casos de prostatectomia robótica realizados em um hospital terciário do norte do Rio Grande do Sul, com ênfase em aspectos sociodemográficos, resultados e complicações. Trata-se de um estudo transversal conduzido no Hospital de Clínicas de Passo Fundo (RS), mediante aprovação ética (parecer nº 6.948.770). Os dados foram coletados a partir de prontuários eletrônicos, duplamente digitadas no software EpiData e analisados no PSPP, ambos de distribuição livre, com cálculos de frequências absolutas e relativas de variáveis sociodemográficas, clínicas e cirúrgicas. Na amostra (n=150) foi observada predominância de pacientes brancos (99,3%) e casados (78,7%). Em relação à idade, a maioria tinha 60 anos ou mais, totalizando 105 pacientes (70%), seguida por 41 indivíduos com idade entre 50-59 anos (27,3%) e 4 entre 40-49 anos (2,7%). A procedência mostrou que 92 pacientes eram de municípios do Rio Grande do Sul (61,3%), 56 de cidades de Santa Catarina (37,3%) e 2 de outros estados (1,4%). Quanto à escolaridade, 54 possuíam ensino fundamental (36%), 49, ensino médio (32,7%) e 35, ensino superior (23,3%). A maioria dos pacientes (61,3%) foi atendida por plano particular, 38,7% por convênios e não houve registros de atendimento pelo sistema público. Entre os prontuários com esses dados disponíveis, 4 pacientes eram tabagistas (14,3%) e 2 etilistas (8%). As comorbidades mais frequentes foram Hipertensão Arterial Sistêmica (59%), Dislipidemia (23%) e Diabetes Mellitus Tipo 2 (18%), sendo que 62 pacientes (71,3%) faziam uso de medicação contínua. O tempo médio de cirurgia foi de 270 minutos e o tempo total de internação variou de 1 a 9 dias, sendo mais comum a permanência de 3 dias (52,7%). Apenas um paciente necessitou ser reinternado. Complicações intraoperatórias ocorreram em 2 pacientes (1,3%) e pós-operatórias em 8 (5,3%). Dois pacientes precisaram de transfusão sanguínea. Não houve conversões para cirurgia aberta ou laparoscópica, e todos receberam alta hospitalar, sem registros de óbito. Sendo assim, a experiência das primeiras150 prostatectomias robóticas nesse hospital demonstrou que a técnica pode ser implementada com segurança, pois foi observada baixa incidência de complicações, mínima necessidade de transfusão sanguínea e de reinternações, não houve registros de conversões para outras abordagens cirúrgicas e todos os casos receberam alta hospitalar. Portanto, esses resultados reforçam o potencial da cirurgia robótica como técnica eficaz no tratamento cirúrgico de doenças da próstata, aliando segurança, boa recuperação pós-operatória e desfechos clínicos favoráveis.
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