JUSTIÇA CLIMÁTICA E SABERES TRADICIONAIS: O MANEJO INDÍGENA NO RIO NEGRO SOB A ÓTICA DA TEORIA DE AMARTYA SEN

Autores

  • Marcivaldo Cardoso Lopes Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Dr. Ivann Carlos Lago
  • Ms. Luis Carlos Rossato
  • Elenice Scheid
  • Sheila Florczak Almeida

Palavras-chave:

mudança climática, desenvolvimento sustentável, populações tradicionais, justiça climática

Resumo

Este trabalho trata de uma análise das mudanças climáticas e os saberes tradicionais, focada no manejo indígena no Rio Negro, sob a ótica da teoria de Amartya Sen. As capacitações e liberdades substantivas, buscando avaliar o bem estar das comunidades indígenas para além das métricas econômicas (PIB), considerando acesso aos recursos, autonomia e sustentabilidade, relação entre justiça climática e a distribuição equitativa de custos e benefícios ambientais. O objetivo é apresentar um panorama das discussões sobre as mudanças climáticas, verificando os impactos e o que tem sido feito efetivamente no país no combate às mudanças climáticas. Como os povos do Rio Negro exercem sua capacidade de ação (agency) na defesa de seus territórios e modos de vida tradicionais. Debates acerca das mudanças climáticas e suas implicações nos segmentos sociais não deveriam ser novidade na atualidade. Em âmbitos como universidades, sociedade civil organizada, citando alguns exemplos, não é incomum que existam posicionamentos distintos, mesmo entre o segmento científico. É unânime a percepção das mudanças climáticas, a divergência surge ao tratar das causas e os motivos; para alguns é um caminho natural que o planeta terra passa de era em era por fenômenos extremos, sendo assim não haveria necessidade de mudança de atitude quanto ao modelo de produção e sociedade vigente. Para outros, o argumento é de que a humanidade, principalmente na modernidade, foi capaz de criar tantas tecnologias, que inclusive influência e acelera as mudanças, seja o principal fator, assim a responsabilidade recairia sobre ela quanto a mudança de postura e mitigação do avanço das mudanças climáticas, afetando indistintamente todos os setores sociais e demais seres vivos, por exemplo, os povos nativos, população marginalizada e países subdesenvolvidos. A partir desse panorama inicial, é interessante indagar na sociedade vigente, se ano após anos os indicadores econômicos são os que mais crescem e as condições climáticas são cada vez mais alarmantes, não seria o momento de repensar, ouvir e aprofundar os estudos em alternativas que envolvam e considerem saberes tradicionais, ouvir conhecimentos empíricos de relacionamento equilibrado com a natureza na busca pela justiça climática? Numa primeira análise, projetos e propostas apresentadas na busca pelo financiamento das organizações indígenas para desenvolver suas práticas culturais, onde envolve por exemplo as iniciativas de manejo ambiental, não tem recebido atenção e repasses condizentes com os esforços dessa população, que na maioria das vezes buscam desenvolver suas atividades via investimentos do exterior de organizações do terceiro setor de países europeus, por exemplo.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Sociais Aplicadas - Ensino - Campus Cerro Largo