“CONHECER FÍSICA É SABER ENSINAR FÍSICA?”: UM OLHAR SOBRE O EIXO DE FORMAÇÃO GERAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA

Autores

  • GIZELA VANESSA HACK UFFS - CAMPUS ERECHIM
  • BÁRBARA CRISTINA PASA UFFS - CAMPUS ERECHIM

Palavras-chave:

Formação Geral, Licenciatura em Física, Matriz Curricular

Resumo

O curso de Licenciatura em Física do Instituto Federal Catarinense (IFC) - Campus Concórdia é ofertado na modalidade presencial, com duração de oito semestres. Sua carga horária total é de 3400 horas, distribuídas em 48 componentes curriculares, organizados em quatro eixos: Formação Geral, Núcleo de Aprofundamento e Diversificação de Estudos, Práticas Pedagógicas e Núcleo de Estudos Integradores. Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a organização da matriz curricular do curso de Licenciatura em Física do IFC - Campus Concórdia, com ênfase no eixo de Formação Geral, analisando suas implicações na formação do professor de Física. A metodologia adotada caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, de abordagem documental, fundamentada na análise da matriz curricular e do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) vigente, publicado em 2022. A investigação concentra-se no eixo de Formação Geral, composto por 15 componentes curriculares, voltados à construção do embasamento teórico necessário para a formação docente. Cabe destacar que, entre todos os componentes da matriz curricular do curso, apenas os pertencentes ao eixo de Formação Geral dispõem de parte de sua carga horária na modalidade de Educação a Distância (EaD), sendo ofertadas por meio da metodologia do Ensino Híbrido (EH). Ao todo, seis componentes curriculares apresentam essa característica, sendo eles: História da Educação, Filosofia da Educação, Sociologia da Educação, Didática Geral, Gestão Educacional e Educação Especial: concepções, sujeitos e processos de inclusão. A partir disso, emergem algumas inquietações que orientam esta reflexão: se a proposta do curso é formar professores para atuarem em diferentes instâncias sociais, por que somente os componentes voltados à formação pedagógica são ofertados, ainda que parcialmente, na modalidade EaD? Por que, nos demais eixos, os componentes curriculares são trabalhados integralmente na modalidade presencial, sendo que o PPC prevê a utilização da EaD em até 20% da carga horária total do curso? Além disso, quais foram os critérios utilizados para a definição dos componentes curriculares que utilizariam a EaD? Outro aspecto relevante refere-se à distribuição dos componentes curriculares do eixo de Formação Geral ao longo do curso. Observa-se uma predominância significativa desses componentes nos dois primeiros semestres, enquanto, nos três últimos, há apenas um componente ofertado por semestre. Sendo assim, esse cenário nos leva a refletir: que profissional ou professor estamos, de fato, buscando construir/constituir? Ainda, como essa atual organização curricular contribui ou limita a articulação entre os saberes específicos da Física e os saberes pedagógicos necessários à prática docente? Pois, saber os conteúdos de Física não equivale a saber ensiná-los. O domínio conceitual da área é condição necessária, mas não suficiente, para a prática do professor. Neste sentido, justifica-se a necessidade de ampliação desta análise por meio de uma pesquisa de campo com os docentes do curso de Licenciatura em Física, de modo a compreender suas percepções sobre a atual organização curricular.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Pesquisa - Campus Erechim