AUTOCUIDADO EM SAÚDE MENTAL COMO FORMA DE PREVENÇÃO PARA DOCENTES DA REDE PÚBLICA

Autores

  • Vinícius Silva Bergamoni Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Rayane de Carvalho Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Thalia de Araújo Bezerra Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Priscila Pavan Detoni Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Professores; Saúde Mental; Autocuidado; Rede Pública, Estratégia coletivas de cuidado

Resumo

O (auto)cuidado em saúde mental constitui uma estratégia para a redução dos impactos
negativos do estresse no trabalho para manutenção do equilíbrio emocional. A classe docente
brasileira sofre estresses diários relacionados à falta de infraestrutura, desinteresse e indisciplina
dos alunos, além da sobrecarga de tarefas, da perda de prestígio social e da baixa valorização
salarial, principalmente quando se trata de escolas da rede pública. Assim, objetivou-se
incentivar a adoção de práticas que atenuem a diminuição dos impactos dos estresses
ocupacionais pertencentes à essa classe laboral. Nesse sentido, o programa de extensão
“Educação em Saúde Mental: diálogos entre universidades, escolas e comunidade”, buscou
desenvolver ações com professores e professoras por meio de palestras e dinâmicas de
acolhimento que apresentam reflexões sobre fatores desencadeantes possíveis danos à saúde
mental, como também estratégias coletivas de enfrentamento e que estimulem o bem estar
biopsicossocial. As dinâmicas propostas foram desenvolvidas a partir de noções da teoria da
psicodinâmica do trabalho, que envolve noções de reconhecimento, prazer, sofrimento e
coletivo no trabalho. Assim, os docentes trouxeram fatores desencadeantes de estresse
relacionados ao ofício, e seus colegas de trabalho elaboraram possíveis estratégias para
enfrentamento dos problemas no coletivo. A psicodinâmica do trabalho foca em como a
organização e a experiência do trabalho afetam a saúde mental dos trabalhadores, tanto no
sentido do sofrimento quanto do prazer, de forma a buscar a não patologização, mas táticas
inventivas para dar conta das adversidades cotidianas. Essa teoria explora as dinâmicas
subjetivas que surgem nas relações de trabalho e como desenvolver estratégias coletivas de
enfrentamento e resiliência para os grupos. Até o presente momento, aconteceram dois
encontros em escolas da rede municipal e estadual de ensino na cidade de Passo Fundo no ano
de 2025, uma com 10 participantes e outra com 20. Nessa experiência, de promoção à saúde
mental e acolhimento aos professores da rede pública, o diálogo gerado sobre a exposição aos
problemas cotidianos apostou no fortalecimento de vínculos interpessoais entre os
profissionais, além de estimular a construção coletiva de estratégias de enfrentamento ao
adoecimento psíquico. Essa troca permitiu o reconhecimento das dificuldades gerais do
cotidiano escolar, diminuindo a sensação de isolamento perante o sofrimento psíquico e
contribuindo para a construção de um ambiente laboral mais saudável e colaborativo. Portanto,
esses grupos podem auxiliar na aproximação da universidade no campo da saúde com o cuidado
na saúde desses professores participantes, o que repercute diretamente na qualidade das práticas
educacionais.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Extensão & Cultura - Campus Passo Fundo