QUEDAS EM IDOSOS ASSOCIADAS À POLIFARMÁCIA E MULTIMORBIDADES: O QUE DIZ A LITERATURA?
Palavras-chave:
polifarmácia, queda em idosos, multimorbidadesResumo
O processo de envelhecimento populacional no Brasil vem ocorrendo de forma acelerada, aumentando a incidência de condições comuns na terceira idade, entre as quais as quedas recorrentes se destacam por sua elevada frequência e impacto. Eventos que, muitas vezes subestimados, apresentam causas multifatoriais como alterações fisiológicas, perda de força muscular e consequente redução do equilíbrio, além de fatores externos, como acessibilidade inadequada e vulnerabilidades socioeconômicas. A concomitância de multimorbidades e polifarmácia são determinantes importantes que potencializam o risco e a gravidade das quedas, aumentando a probabilidade de desfechos como hospitalizações prolongadas por fraturas e necessidade de procedimentos cirúrgicos que podem evoluir para mortalidade precoce. O objetivo deste trabalho foi avaliar a associação entre quedas recorrentes, polifarmácia e multimorbidades na população idosa. Para isso, foi conduzida uma revisão narrativa da literatura, com busca em bases científicas como PubMed e LILACS, com os descritores “queda em idosos”, “polifarmácia” e “multimorbidades”. Foram selecionados artigos originais e revisões de relevância no contexto nacional e regional sendo excluídos estudos duplicados. Escala de Fragilidade de Edmonton e o Dynamic Gait Index – Brazilian Brief foram utilizados como instrumentos para avaliar autonomia, cognição e risco de quedas em diferentes estudos. A análise desses estudos evidenciou que as variáveis de maior risco são sexo feminino, idade avançada, fragilidade funcional, uso de betabloqueadores concomitante a outros fármacos e multimorbidades. Essa análise apontou variações nas prevalências: em idosos comunitários, a taxa de quedas chega a 7,5%, enquanto em idosos institucionalizados varia entre 26,9% e 32,5%. Em outra análise, até 64% das quedas resultaram em fraturas, sendo 53% das quedas em homens e 70% das quedas em mulheres. Esse índice mais elevado no sexo feminino está relacionado à maior propensão ao desenvolvimento de osteoporose, principalmente em decorrência do desequilíbrio hormonal após a menopausa. Entre as fraturas mais recorrentes destacam-se as de fêmur, rádio e clavícula, além de outras como as de tíbia, úmero, pelve e patela. Destaca-se ainda a tendência de crescimento no número de internações por quedas no país, com projeção de 150 mil internações e custo superior a R$ 260 milhões para os sistemas de saúde em 2025. Evidencia-se, portanto, que as alterações decorrentes da senilidade refletem no cotidiano dessas pessoas. A recorrência das quedas e seus desfechos e associações são preditoras da importância que deve ser dada ao assunto com vistas a melhorar a qualidade de vida dos idosos e diminuir os custos sociais e econômicos relacionados a essa condição.
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