FORMAÇÃO DOCENTE: INTEGRAÇÕES ESSENCIAIS ENTRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE

Autores

  • Carolina Oliveira Balbueno Universidade Federal da Fronteira Sul - Cerro Largo
  • Roque Ismael da Costa Gullich

Palavras-chave:

Formação de Professores, Ensino de Ciências , Concepções Ambientais

Resumo

Este trabalho investiga de que maneira as temáticas de Educação Ambiental (EA), Ecologia e Meio Ambiente (MA) vêm sendo abordadas na pesquisa sobre a formação de professores de Ciências, adotando uma abordagem documental qualitativa. A pesquisa analisou 17 trabalhos apresentados no VII (2018) e VIII (2021) Encontros Nacionais de Ensino de Biologia (ENEBIO), organizados pela SBEnBio. Os critérios de seleção foram: tratar de ao menos uma das três temáticas e abordar a formação inicial (FI) ou continuada (FC) de professores de Ciências e Biologia. A coleta de dados foi realizada por meio da busca de palavras-chave (“ambient”, “meio”, “formação” e “ecolog”) no site da SBEnBio para o evento de 2021, e análise de trabalhos no arquivo completo do evento de 2018. Após procedemos a análise temática de conteúdo em três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento/interpretação dos resultados, de acordo com Lüdke e André (2001). Os trabalhos foram classificados por temática, tipo de pesquisa, tipo de formação e concepções teóricas de EA, Ecologia e MA. Os resultados revelam que a maioria das produções (10 de 17) trata da EA, seguida pela Ecologia (4) e pelo MA (3). Quanto ao tipo de pesquisa, predominam os Relatos de Pesquisa Acadêmica (RPA), especialmente na EA, seguidos por Relatos de Experiência (RE), Produções de Material Didático (PMD) e Relatos de Experiência Docente (RED), evidenciando diversidade metodológica. Em termos de formação, a FI é mais recorrente na EA, enquanto a FC aparece com mais frequência nas temáticas de Ecologia e MA, o que sugere que estas últimas demandam atualização constante devido à sua complexidade e dinamicidade. No que se refere às concepções, a EA apresenta predominância da perspectiva Crítica (CR) em 5 trabalhos, seguida pela Conservadora (C) em 3 e pela Pragmatista (P) em 2. Na Ecologia, observou-se a Ecologia Social (ES) em 3 trabalhos e a Conservadora (CC) em 1. No MA, identificou-se 1 trabalho com concepção Crítico Social (CRS) e 2 com a Sistêmica (CS). Essa distribuição indica a presença de abordagens críticas e transformadoras, mas também a prevalência de perspectivas conservadoras ou descritivas, que limitam o potencial emancipador da formação docente. A análise demonstra que eventos como o ENEBIO desempenham papel estratégico na socialização de experiências e pesquisas voltadas à integração das temáticas socioambientais na formação docente. Contudo, ainda persistem lacunas na articulação entre EA, Ecologia e MA, tanto no campo da pesquisa quanto nas práticas formativas. Torna-se necessário fortalecer processos de formação que unam conhecimentos científicos, saberes pedagógicos e compromissos socioambientais, de modo a promover práticas educativas críticas, emancipadoras e sustentáveis, alinhadas aos desafios contemporâneos da educação e da sociedade.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Biológicas - Pesquisa - Campus Cerro Largo