AVALIAÇÃO DA EMERGÊNCIA DE PLANTAS DE COBERTURA EM ÁREAS COM MANEJO CONVENCIONAL E SPDH+

Autores

  • Karina Isabel de Carvalho UFFS
  • Paulo Roger Lopes Alves UFFS
  • Tomé Coletti UFFS
  • Emanuele Fenner Dalpiaz UFFS
  • Éder Tochetto UFFS
  • Rodrigo Preis UFFS
  • Isolete Ludwig dos Santos UFFS
  • Rosangela Bonetti UFFS

Palavras-chave:

Agricultura Familiar, Cobertura Vegetal, Coquetel de Plantas, Plantio Direto, Qualidade do Solo

Resumo

O sistema de manejo realizado nos solos agrícolas afeta suas propriedades físicas, químicas e biológicas, influenciando assim a qualidade do solo. Esta, por sua vez,  influencia diretamente o desempenho inicial das culturas, uma vez que pode ser determinante na germinação e emergência de plântulas bem como no enraizamento e o estabelecimento das plantas. Enquanto sistemas convencionais, que ainda predominam em muitas áreas da agricultura familiar, promovem revolvimento do solo, baixa cobertura vegetal e dependência de insumos químicos, métodos conservacionistas como o Sistema Plantio Direto de Hortaliças e outras culturas (SPDH+) têm se consolidado como alternativa sustentável por manter a cobertura vegetal ao longo do ano, evitar o revolvimento do solo e, consequentemente, favorecer a biologia do solo. Com base nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a emergência de espécies de cobertura vegetal em duas áreas submetidas a manejos distintos: uma conduzida sob o SPDH+, com histórico de plantio de um coquetel de plantas de cobertura (girassol, mucuna, milho e feijão-de-porco); e outra sob sistema convencional, anteriormente cultivada apenas com milho e que teve manejo fitossanitário com agrotóxicos (inseticidas e herbicidas). Ambas receberam, em 12 de junho de 2025, a semeadura do coquetel de plantas de cobertura “Gera+: 1008”, da empresa GeraGrão, composto por centeio, ervilha forrageira, aveia branca, triticale, aveia preta e nabo forrageiro (proporção: 40:25:16,75:11,75:4,5:2 %), na densidade de plantio  de 50 kg/ha. A emergência das espécies foi avaliada por meio de contagem manual de plântulas em duas faixas de 10 metros lineares por área de plantio (convencional ou SPDH+). Na área de manejo convencional, foram contabilizadas 92 e 107 plântulas, resultando em uma média de 9,9 plantas por metro linear. Na área iniciada em SPDH+, as contagens foram de 188 e 313 plantas, com média de 25 plantas por metro linear. Esses dados preliminares indicam um aumento de aproximadamente 152% na emergência em na  área de implantação do SPDH+ até os 28 dias do experimento, o que reforça os benefícios proporcionados por esse sistema na construção de um solo biologicamente ativo. Conclui-se que a área iniciada em SPDH+ favoreceu a emergência de plantas de cobertura, consolidando-se como estratégia eficiente para a recuperação e manutenção da qualidade do solo, a autonomia camponesa e a sustentabilidade produtiva em áreas de agricultura familiar.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Extensão & Cultura - Campus Chapecó