INVESTIGAÇÃO DA ORIGEM DOS SERES VIVOS: UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL
Palavras-chave:
ensino de ciências , experimentação, geração espontânea, ensino por investigação, extensãoResumo
O presente resumo relata uma experiência de extensão vinculada ao Projeto Interdisciplinar (PI) da disciplina “Prática de Ensino: Experimentação no Ensino de Ciências”, desenvolvida de forma integrada ao estágio supervisionado em Ciências no Ensino Fundamental, realizado na mesma instituição do núcleo do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) Interdisciplinar – Biologia, Física, Química da autora. A ação ocorreu com duas turmas do 6º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre José Schardong, em Cerro Largo/RS, e teve como objetivo despertar a curiosidade científica dos estudantes por meio da adaptação do experimento clássico de Francesco Redi, que questionou a teoria da geração espontânea. A atividade foi planejada para além da simples reprodução de um experimento conhecido, buscando criar um momento investigativo no qual os alunos pudessem formular hipóteses, registrar observações e chegar a conclusões com base nas evidências coletadas. Foram utilizados dois recipientes de vidro com bananas cortadas: um aberto e outro vedado com gaze, permitindo a passagem de ar, mas impedindo a entrada de insetos. Desde o início, se optou por não apresentar explicações teóricas detalhadas, incentivando que as observações e reflexões dos próprios alunos guiassem o processo. No primeiro dia, participaram da montagem do experimento, preencheram um roteiro com previsões sobre o que aconteceria e discutiram possíveis motivos para a vedação de um dos frascos. Após uma semana, os estudantes acompanharam as mudanças nas amostras, anotando características como cor, textura e odor. A presença de larvas apenas no pote aberto chamou a atenção e gerou discussões sobre o papel das moscas na decomposição. Ao final, muitos revisaram suas ideias iniciais e reconheceram que os resultados contrariavam a hipótese da geração espontânea. Essa mudança evidenciou avanço no pensamento científico, não apenas pela “resposta correta”, mas pela reformulação de ideias a partir de dados concretos. O envolvimento foi expressivo, a troca de opiniões e a curiosidade diante das observações transformaram a sala em um espaço ativo de investigação. O trabalho dialoga com competências e habilidades da Base Nacional Comum Curricular, como argumentação baseada em evidências, interpretação de dados e compreensão de processos científicos. Além do conteúdo específico, a atividade buscou favorecer a autonomia intelectual e o pensamento crítico. Entre os pontos a melhorar, se destacam a necessidade de tornar algumas questões do roteiro mais objetivas e ampliar o momento de socialização dos resultados, por exemplo, com apresentações em grupo ou exposição de cartazes. Ainda assim, a atividade experimental atingiu seu propósito central: aproximar os alunos da prática científica real e mostrar que a ciência não é um conjunto de verdades imutáveis, mas um processo em constante construção, sustentado por observação, levantamento de hipóteses, análise e diálogo.
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