ENTRE O CUIDADO E A SAÚDE MENTAL:

A IMPORTÂNCIA DE GRUPOS DE APOIO À FAMILIARES DE PESSOAS EM USO ABUSIVO DE DROGAS.

Autores

  • Thalia Araújo Bezerra Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Lívia de Oliveira Sabioni
  • Carlos Augusto Macedo Callou
  • Vanderléia Laodete Pulga

Palavras-chave:

cuidado; saúde mental; CAPS II; adicção; vínculos.

Resumo

O resumo em tela tem por finalidade relatar a experiência de estudantes do curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul/PF, vinculados à extensão “Ações de cuidado com dependentes químicos em colaboração com CAPS II de Carazinho - RS” realizado dentro do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) na cidade de Carazinho/RS, no segundo semestre de 2023. O grupo surge como fonte de apoio para familiares de usuários do equipamento que fazem o uso abusivo de álcool e outras drogas e que, dentro de suas possibilidades, buscam fontes de amparo e escuta para falar sobre as suas realidades. Os alunos se inseriram como facilitadores junto com um dos assistentes sociais do equipamento de saúde e, com encontros semanais às quartas, buscavam estimular a autonomia dos familiares, a maioria mulheres, que há anos lidavam com a sobrecarga e o sofrimento relacionado ao cuidado no processo de adoecimento de seus parentes. É importante analisar o papel de quem cuida do cuidador, pois por vezes sua saúde, sobretudo a mental, é coadjuvante quando colocada em cena com o sujeito com adicção. Os grupos eram realizados no formato de diálogos, onde cada familiar relatava os desafios e avanços alcançados ao longo da semana, enveredando por descobertas de novas possibilidades do que fazer diante das incertezas e das imprevisibilidades da lida diária com a adicção no seio familiar. É a partir do falar que a consciência pode vir à luz, é com a partilha das vivências que se pensam novas alternativas viáveis para se fazer dias menos dolorosos, para que se cuide do outro sem deixar de cuidar de si. Esse é o grande desafio do cuidador, cuidar e saber que também precisa ser cuidado. Ao se deparar com realidades semelhantes, os cuidadores se identificavam e se acolhiam, criando e fortalecendo vínculos que são essenciais para o enfrentamento do sofrimento causado pelo uso abusivo de álcool e outras drogas. A psicanálise na sua base prega que a “cura vem pela fala” e é assim que os grupos de apoio se consolidam, ao externalizar e compartilhar a dor, novos significados tomam lugar e se inserem como agentes  promotores de saúde.

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Publicado

03-10-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Extensão & Cultura - Campus Passo Fundo