ANESTESIA PARA PENECTOMIA EM FELINO DOMÉSTICO
RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Anestesia, Penectomia, Bem-estar, Veterinário, AnalgesiaResumo
A penectomia é uma cirurgia que envolve a remoção total do pênis, geralmente indicada em casos de obstrução uretral recorrente, estenoses uretrais ou necrose distal do órgão. Este trabalho tem como objetivo relatar a abordagem anestésica e os resultados do procedimento de penectomia realizado em um felino macho de 8 anos e 5 meses, de 5,20 kg, não castrado, com quadro recidivante de obstrução uretral provenientes de cistite crônica. O animal foi encaminhado à Unidade Hospitalar Veterinária Universitária (SUHVU) da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Realeza - PR, após um episódio de obstrução uretral. Inicialmente, foi realizado um protocolo anestésico para a realização de cistocentese e sondagem uretral. O protocolo incluiu Metadona (0,3 mg/kg) para analgesia, Midazolam (0,3 mg/kg) como benzodiazepínico e Propofol (4 mg/kg) para indução anestésica. Além da sondagem, foram coletadas amostras de sangue e urina para exames, e realizada uma ultrassonografia abdominal que revelou triadite felina, cistite crônica e sinais sugestivos de doença renal crônica em estágio I. Sete dias depois, o paciente retornou com nova obstrução uretral e edemas no prepúcio, dificultando a exposição do pênis. Para a sondagem, foi utilizado Zoletil (7 mg/kg) para miorelaxamento e analgesia, e Propofol (4 mg/kg) para indução anestésica. Dois dias após, foi necessário realizar a penectomia. Para o procedimento anestésico, a MPA (medicação pré-anestésica) incluiu Metadona (0,3 mg/kg) e Zoletil (5 mg/kg), enquanto a indução foi feita com Propofol (4 mg/kg). Para anestesia inalatória, foi utilizado isoflurano devido à sua rápida eliminação e baixa taxa de biotransformação. Dada a suspeita de doença renal crônica, o protocolo foi adaptado para redução de requerimento anestésicos, incluindo anestesia epidural com Lidocaína (0,1 mL/kg). Ceftriaxona (30 mg/kg) foi administrada como antibiótico profilático e Dipirona (25 mg/kg) para analgesia pós-operatória. Durante a cirurgia, foram realizadas técnicas de monitoramento e ventilação através do circuito baraka. Após a penectomia, o animal recebeu alta e retornou para avaliação pós-operatória sete dias depois. A cicatrização estava adequada, sem sinais de edema ou secreção, e o animal urinava normalmente em jatos, mesmo após a amputação. Este caso demonstra que o sucesso anestésico e cirúrgico na penectomia depende da execução cuidadosa de cada etapa, de uma monitoração eficaz e da escolha adequada dos protocolos anestésicos para garantir a segurança e a recuperação do paciente.
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