PERFIL DOS EGRESSOS DAS DUAS PRIMEIRAS TURMAS DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL, CAMPUS CHAPECÓ
Palavras-chave:
educação médica, Educação de graduação em medicina, Estudantes de medicinaResumo
A avaliação das características dos egressos é fundamental para determinar a qualidade do
curso oferecido, pois permite verificar se as competências adquiridas pelos estudantes
estão alinhadas às exigências do mercado de trabalho. Embora a avaliação sistemática do
perfil do egresso ainda seja uma prática pouco frequente, ela se constitui como uma
ferramenta essencial para se refletir sobre os objetivos do curso. Ela permite uma análise
aprofundada sobre o percurso formativo, partindo-se das percepções dos ex-alunos que
passaram por essa formação. O objetivo deste estudo foi identificar as principais
características dos egressos das duas primeiras turmas do curso de Medicina da
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó. Trata-se de um estudo
quantitativo, transversal, descritivo e exploratório, envolvendo uma população de 74
egressos do curso de graduação em Medicina da UFFS que concluíram o curso nas duas
primeiras turmas, nos anos de 2021 e 2022 respectivamente. Foram realizadas estatísticas
descritivas com base nas respostas obtidas por meio de um questionário aplicado. Dentre
os 74 egressos do curso, somente responderam a pesquisa 45 médicos. Destes, 24 (53,3%)
eram egressos da primeira turma e 21 (46,7%) da segunda. A idade média dos egressos foi
de 28,8 anos, com idades variando de 25 a 43 anos. A maioria dos egressos é solteira
(55,5%), e há um predomínio do sexo feminino, 57,8%. Após a formatura,44,4% residiam
em Chapecó, nos dois meses seguintes à formatura, e, após um ano, 17 (37,8%) ainda
residiam na cidade onde se formaram. Em relação a continuidade dos estudos,28 (62,2%)
participaram de processos seletivos para residência médica, dos quais 23 (82,1%) foram
aprovados. Entre os entrevistados, 51,1% estão atualmente na residência, com
predominância na especialidade de medicina de família e comunidade (26%). Após um
ano da formatura, 100% dos egressos exercem a profissão médica, sendo que 37 (82,2%)
atuam no setor público. A medicina constitui a principal fonte de renda para estes, sendo
que 24 (53,3%) estão satisfeitos com seu salário atual e 26 (57,7%) são os atuais
provedores de suas famílias. Segundo os egressos, a instituição contribuiu
significativamente para seu desenvolvimento pessoal nas áreas de comportamento ético
(100%), estímulo ao interesse por novos conhecimentos (97,8%), capacidade de trabalhar
em equipe (91,1%) e adaptação a mudanças (97,8%). No entanto, a instituição deixou a
desejar em termos de autodisciplina (28,9%), capacidade de liderança (26,7%) e tomada
de decisões (11,1). Os dados obtidos na pesquisa fornecem informações sobre o
alinhamento da formação com as políticas educacionais e são relevantes para a avaliação
do curso. Ressalta-se a importância de a Universidade adotar estratégias para fortalecer o
desenvolvimento das habilidades de autodisciplina, liderança e tomada de decisões. É
fundamental a realização de novos estudos para identificar os déficits nas áreas em que os
alunos se sentem menos preparados, visando promover melhorias para as futuras turmas.
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