RELAÇÃO ENTRE PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE ADULTOS COM SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE POR CORONAVÍRUS DISEASE 2019 E ADMISSÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Autores

  • Stefani Peruzzo Focchesatto UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul - campus Passo Fundo
  • Ivana Loraine Lindemann
  • Gustavo Olszanki Acrani
  • Renata dos Santos Rabello
  • Shana Ginar da Silva
  • Jossimara Polettini

Palavras-chave:

COVID-19, SRAG, UTI, Adultos

Resumo

A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é um quadro que, em geral, apresenta como sintomas dispnéia, tosse, febre e outros. Ela pode ser causada por alguns vírus, tais quais o Influenza, o vírus Sincicial Respiratório e os Coronavírus. Em 2020, um novo tipo viral foi responsável por uma pandemia oficialmente declarada pela Organização Mundial da Saúde: o Severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2), responsável por causar a Coronavírus Disease 2019 (COVID-19). Seu agravamento pode levar o paciente à necessidade de admissão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), principalmente por evolução para SRAG. Esse estudo teve como objetivo relacionar as variáveis sociodemográficas e clínicas de pacientes com COVID-19 com admissão ou não em UTI, e dentre os admitidos, avaliar desfechos como tempo de internação em UTI, uso de suporte ventilatório invasivo e o desfecho final do caso. Trata-se de um estudo observacional, de caráter quantitativo, do tipo transversal. A amostra de estudo incluiu pacientes diagnosticados com SRAG por COVID-19 com idade entre 20 e 59 anos internados no Hospital de Clínicas de Passo Fundo entre os anos de 2020 e 2021. Os dados foram coletados dos prontuários médicos e analisados de acordo com a distribuição das frequências das variáveis e suas relações através do Teste de Chi-quadrado ou Teste Exato de Fisher, com erro tipo I de 5%. Em primeira análise da relação entre características sociodemográficas e clínicas com admissão em UTI, esse desfecho foi manifestado por 35,4% da amostra. Pessoas do sexo masculino foram a maior parte daquelas com o desfecho avaliado (24,8%), assim como aqueles com mais de 46 anos completos (18,6%), com apenas o Ensino Fundamental (15,6%), sem parceiro (23,6%), de pele branca (31,5%), não-fumantes ou sem informações sobre tabagismo relatada (28,8%), não-etilistas ou sem informações sobre etilismo relatadas (31,4%), com comorbidades (28,4%) e fazendo uso de medicamentos contínuos (18,9%). Nenhuma dessas variáveis apresentou relação significativa com o desfecho internação em UTI (p>0,05). Em relação aos desfechos analisados, a maioria (62,7%) dos pacientes foram internados em UTI por mais de 6 dias - variável estabelecida de acordo com a moda dos dados disponíveis -, 45,7% necessitaram de intubação orotraqueal, sendo que 21% evoluiu a óbito, mesmo que essas variáveis não tenham apresentado relevância estatística. Ainda, possuir mais de 46 anos apresentou relevância estatística com óbito como desfecho (16,2%, p=0,003), tal qual a exposição ao tabagismo quando relacionada aos três desfechos (16,9% foram internados em UTI por mais de 6 dias, p=0,007; 13,3% necessitaram de intubação orotraqueal, p=0,023; 8,6% evoluíram a óbito, p=0,013). Portanto, mesmo que não haja um perfil exato para os pacientes que irão ou não apresentar um quadro mais grave da doença, ainda assim é possível, a partir da análise de dados já apresentados, definir características como idade e tabagismo como alerta mais significativo no atendimento de pacientes com SRAG por COVID-19.

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Publicado

03-10-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Passo Fundo