RECONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO DA MEDICINA TRADICIONAL INDÍGENA NA FORMAÇÃO MÉDICA
Palavras-chave:
Medicina tradicional indígena, Racionalidades médicas, Formação médica, Promoção da saúdeResumo
A Medicina Tradicional Indígena tem comprovado potencial terapêutico. Esta medicina promove uma abordagem que integra de forma abrangente os aspectos físicos, mentais, emocionais e espirituais. É fundamentada em um vasto acúmulo de conhecimento ancestral, oferece abordagens que proporcionam uma visão holística e vitalista do cuidado e da cura. O estudo desta medicina conforme explorado pelos alunos do curso de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul no campus Chapecó, matriculados no componente curricular optativo "Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde”, centrou-se na análise e na reflexão sobre diferentes abordagens terapêuticas tradicionais. O objetivo central foi ampliar o conhecimento de outras medicinas, promovendo uma compreensão mais profunda e crítica dos recursos de saúde, e no caso, as práticas indígenas no cenário contemporâneo. A presença indígena na região de Chapecó, com sua diversidade cultural e conhecimentos tradicionais, exige a formação de profissionais de saúde que incorporem essas práticas em seu rol de atendimentos. Essa abordagem não apenas enriquece o cuidado em contextos específicos, mas também contribui para a construção de um sistema de saúde mais justo e inclusivo, que respeita e integra as diversas culturas. A valorização de recursos terapêuticos tradicionais, por meio do debate educacional, fortalece o movimento por uma saúde mais equitativa, onde o cuidado se adapta às necessidades e valores das diferentes populações. A discussão dessas práticas foi realizada em sala de aula por meio da análise de artigos, vídeo aulas, rodas de conversa e seminários. Essas atividades permitiram que os futuros profissionais de saúde desenvolvessem a sensibilidade cultural necessária para atuar em contextos de diversidade, onde a compreensão das crenças e práticas de diferentes comunidades é fundamental para o sucesso terapêutico. O debate incentivou uma reflexão crítica sobre o sistema público de saúde vigente no Brasil, o SUS, questionando a hegemonia do modelo biomédico e propondo uma integração de saberes que pode resultar em uma abordagem de saúde mais integral e personalizada. Em conclusão, a medicina tradicional indígena é um conhecimento fundamental na formação de profissionais de saúde preparados para atuar em contextos de diversidade cultural. A inclusão desse tema no currículo de medicina não apenas enriquece a formação acadêmica na área da Saúde, mas também contribui para a construção de um sistema de saúde mais justo, equitativo e inclusivo, que valoriza e integra diversas formas de conhecimento e práticas de cuidado. Esse processo educacional enriqueceu a perspectiva dos estudantes sobre a diversidade de práticas de cuidado e contribuiu para a desconstrução de preconceitos culturais frequentemente enraizados no desconhecimento e na desvalorização das tradições indígenas.
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