AS FRONTEIRAS E PONTES ENTRE A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E A FORMAÇÃO MÉDICA
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Palavras-chave:
Medicina; Relato de experiência; Projeto de Extensão Universitária; Vivências.Resumo
As ações de extensão universitária são iniciativas das instituições de ensino superior para a promoção de atividades práticas que envolvam a comunidade acadêmica e necessariamente a sociedade externa a ela. Este tipo de ação permite a aproximação de saberes populares e científicos, produzindo um intercâmbio profícuo a todos os envolvidos. A extensão possui uma lógica necessariamente transdisciplinar, com potencial de conexão com todas as áreas, incluindo a saúde, e mais especificamente, a formação médica. A literatura já comprova as contribuições extensionistas para a formação acadêmica médica, como o aprimoramento das competências comunicacionais do acadêmico, pelo seu estreito contato com a sociedade. Esse trabalho tem como objetivo geral refletir sobre fronteiras e pontes entre a extensão universitária e a formação médica. Trata-se de um relato de experiência, a partir das vivências de acadêmicas de Medicina, de uma universidade pública da Região Sul do Brasil, ao se engajarem como programas, projetos e ações de extensão que objetivam extrapolar os muros universitários e ampliar as trocas com o Sistema Único de Saúde (SUS). Como resultados, pôde-se colocar vislumbrar na prática os motivos pelos quais o Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu a obrigatoriedade da inclusão da extensão universitária nos currículos de graduação no Brasil. Na Resolução CNE/CES nº 7, de 18 de dezembro de 2018, o CNE prevê que, no mínimo, 10% da carga horária total dos cursos de graduação devem ser destinadas para atividades de caráter extensionista. A Resolução foi instituída a fim de garantir que todos os estudantes participem desse tipo de atividade durante a sua graduação, visando complementar as suas formações profissionais, reconhecendo que há um valor pedagógico intrínseco na extensão universitária. Evidenciou-se, ainda, que os conhecimentos, habilidades e atitudes médicas que estão sendo desenvolvidos ao longo dos itinerários extensionistas, acabam não sendo tão acessíveis para os acadêmicos fora de ações de extensão, seja pelos projetos eletivos, seja pela curricularização da extensão supracitada. Como resultado disso, o estudante tem uma expansão de habilidades técnicas, não se restringindo apenas aos conhecimentos científicos clássicos da graduação, além de desenvolver competências como empatia, trabalho em equipe e liderança. Ademais, as iniciativas de extensão inserem o acadêmico em variados contextos da saúde coletiva, permitindo que ele desenvolva uma visão crítica a respeito das necessidades de cada população e perceba as influências dos determinantes sociais na saúde. Conclui-se que a extensão incentiva o futuro médico a ter uma visão mais investigativa, criativa e resolutiva no SUS, pois fomenta a problematização de problemas de saúde complexos e multidimensionais, além de tensionar a relação entre a teoria e a prática. Somado-se a isso, a extensão permite uma maior imersão no SUS, e com ou sem auxílio financeiro via bolsas extensionistas e culturais (não disponíveis numericamente para todos os universitários), oportuniza experiências enriquecedoras para os estudantes de medicina, e para além, de qualquer área, proporcionando o enriquecimento técnico, social, cultural e ético, formando médicos mais humanizados, sensíveis, questionadores, e competentes.
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