AVALIAÇÃO DO ESTRESSE ACADÊMICO E SUAS IMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE.

Autores

Palavras-chave:

Estresse Psicológico, Fatores de Risco Cardiovasculares, Saúde do Estudante

Resumo

O ambiente universitário é uma fase decisiva na vida dos jovens adultos marcada por
desafios tanto acadêmicos quanto pessoais. Durante essa etapa, os estudantes precisam se
adaptar a uma rotina intensa de estudos, com uma elevada demanda de tarefas, absorção
contínua de informações e a necessidade de cumprir prazos rigorosos. Além das
exigências acadêmicas, fatores como a diversidade social, a competição entre colegas e a
falta de tempo para lazer exacerbam o estresse. Esse estresse, quando crônico, pode
impactar profundamente a saúde mental e física dos estudantes, aumentando o risco de
doenças graves, especialmente as cardiovasculares. Esta pesquisa tem como objetivo
explorar a relação entre os níveis de estresse psicológico percebido (EPP) e os fatores de
risco cardiovasculares em estudantes universitários. Estudo comparativo realizado com
estudantes de enfermagem e medicina, cursos conhecidos pela alta carga horária, que visa
correlacionar o EPP, medido pela Escala de Estresse Percebido (PSS), com parâmetros
fisiológicos como o índice de massa corporal (IMC) e a pressão arterial sistólica (PAS).
Foram incluídos nesta pesquisa 55 sujeitos, 33 no grupo estressados (GE) e 22 no grupo
muito estressados (GM) conforme a pontuação da PSS, o ponto de corte foi definido por
meio dos intervalos interquartis de Tukey, indivíduos com scores entre 31 - 43 pontos
foram considerados estressados, aqueles com scores igual ou superior a 44 foram
considerados muito estressados, numa escala de 0 – 56 pontos. Para as correlações das
variáveis quantitativas foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson e a normalidade
testada pelo teste de Shapiro-Wilk, e para comparações entre grupos GE e GM, foi
utilizado o Test T de Student. Foram considerados significativamente estatísticos os
valores de P ≤ 0,05. Na comparação entre os grupos, diferenças estatísticas foram
evidenciadas nos parâmetros da PSS e do IMC entre os grupos, com escores mais altos no
GM. A PSS teve média de 32.56 ± 1.50 no GE, enquanto que no GM a média foi de 39.32
± 5.18 e P = 0,0001. O IMC com média 23.8 ± 13.11 no grupo GE, enquanto que no GM a
média foi 25.2 ± 6.1 e P = 0,05, todavia sem alterações estatísticas em pressão arterial em
ambos os grupos. Não houve correlações significativas entre as variáveis quantitativas
entre os grupos. Ao analisar os resultados observou-se aumento significativo nos escores
de IMC e de estresse percebido, que são fatores de risco cardiovasculares no grupo muito
estressado quando comparados ao grupo estressado, reforçando a presença de EPP como
um fator associado aos fatores de risco cardiovasculares convencionais. Esses parâmetros
tendem a piorar à medida que o estresse aumenta, evidenciando a necessidade de uma
abordagem multidisciplinar para o manejo do estresse e a prevenção de doenças
cardiovasculares entre estudantes universitários. Atualmente, o estresse psicológico, seja
percebido ou medido de forma direta (cortisol), é amplamente reconhecido como um fator
crucial na avaliação do processo saúde-doença. Medir e controlar o estresse é
fundamental, não apenas como um indicador de risco, mas também como base para
intervenções preventivas.

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Publicado

01-10-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Ensino - Campus Chapecó