PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS

O CASO DA AGROINDÚSTRIA DO MEL E DERIVADOS VIVAFLOR PRODUTOS NATURAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA URTIGA/RS

Resumo

Sem o uso de fertilizantes de síntese química, agrotóxicos e transgênicos, a Agroecologia promove um estilo de vida saudável e mais sustentável, buscando desenvolver o manejo adequado dos recursos naturais, contribuindo com a conservação da biodiversidade, com a segurança e a soberania alimentar e promovendo melhorias socioeconômicas. Essa pesquisa foi realizada no ano de 2022 em uma agroindústria familiar localizada na Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, no município de São João da Urtiga/RS. Teve por objetivo compreender a organização da produção e da comercialização agroecológica e apícola da Agroindústria do Mel e Derivados Vivaflor Produtos Naturais do município de São João da Urtiga/RS. Quanto à natureza do estudo é caracterizado como básico, com abordagem qualitativa; caracteriza-se como uma pesquisa exploratória e os procedimentos técnicos utlilizados se optou por um estudo de caso, para amplo e detalhado conhecimento. Para obter os resultados foram realizadas entrevistas semiestruturadas, a partir de um roteiro, aos três proprietários da agroindústria. As respostas foram gravadas e os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Também foi realizada uma pesquisa bibliográfica com base em material já elaborado, constituído de livros e artigos científicos. A pesquisa de campo constatou que a atividade desenvolvida pelos produtores é a produção primária, através de mais de 120 plantas bioativas, frutíferas, grãos, entre outras culturas anuais e agroflorestais. Os agricultores se organizam e dedicam o seu tempo também para a produção do mel, que é o principal produto comercializado. Assim, levam para as feiras uma diversidade de produtos com grande potencial para venda. Observou-se que ocorrem problemas relacionados à produção, desde a implantação até a comercialização dos produtos, ficando evidente que a falta de mão de obra é um dos principais. Um fator importante é que sua produção vegetal é orgânica, certificada e reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Assim, a produção é comercializada através da Rede Ecovida de Agroecologia nos diversos mercados, nos circuitos curtos, facilitando a organização dos agricultores, que podem dedicar maior tempo para a produção. Uma maneira de aumentar as vendas desses alimentos seria inserindo em supermercados um espaço específico para alimentos orgânicos, locais onde a maior parte da população tem acesso. Também poderiam ser realizadas capacitações com as mulheres que preparam a alimentação das famílias nos municípios, incentivando a aprenderem receitas através da grande diversidades de alimentos que são produzidos nessa propriedade e que muitas vezes a população não conhece. Sugere-se, por último, que os agricultores desse sistema busquem ampliar a mão de obra da produção agroecológica, utilizando-se deste trabalho para melhorar algumas áreas menos desenvolvidas na sua propriedade. Desta forma, os agricultores poderão ampliar a produção e atender nichos de mercado cada vez mais específicos e segmentados, comercializando a produção nos diferentes canais, que atendam aos diferentes setores da população.