PRÁTICAS AVALIATIVAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:

EXPERIÊNCIAS DOCENTES

Resumo

O presente texto é um recorte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do curso de Pedagogia, da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Erechim, que discute a avaliação educacional como um instrumento pedagógico que precisa ser planejado em objetivos, métodos e instrumentos, a fim de acompanhar o processo de ensino e aprendizagem, este que se constitui a partir de uma educação integral. A pesquisa tem por objetivo identificar os instrumentos de avaliação utilizados pelos docentes a partir do SIM Sistema de Ensino nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental das escolas públicas municipais de Erechim/RS. É importante ressaltar que a pesquisa também tem como objetivos específicos: descrever um aporte teórico referente às concepções emancipatória de currículo e avaliação e de pesquisas referente ao sistema apostilado; identificar a concepção de avaliação dos professores e a perspectiva emancipatória da avaliação; analisar os instrumentos de avaliação do SIM Sistema de Ensino e as perspectivas emancipatórias a partir dos dados coletados dos professores. A metodologia utilizada para esse trabalho se deu em torno da pesquisa bibliográfica, em que exploramos artigos, TCCs, teses e dissertações. Além disso, aplicou-se a pesquisa documental, sendo feito um estudo sobre os instrumentos de avaliação que o material apostilado indica, especificamente o Manual do Professor. Para finalizar, realizou-se entrevistas com três professores que atuam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em diferentes escolas públicas municipais de Erechim/RS. Nesta etapa da pesquisa, o projeto foi submetido e autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal da Fronteira Sul. Diante disso, observa-se, através da análise dos dados, que os professores compreendem a avaliação como um processo contínuo que deve ser desenvolvido no cotidiano escolar em diferentes momentos, métodos e instrumentos. Utilizam o diário de bordo, a planilha e o caderno de planejamento para realizar este acompanhamento e, ditados, prova discursiva, trabalhos escritos, trabalhos orais, maquetes e apresentações teatrais como instrumentos. O Manual do Professor apresenta a mesma concepção sobre avaliação, destacando que o seu objetivo é analisar o desenvolvimento de competências cognitivas e sociais, para isso, sugere quatro tipos de avaliação, diagnóstica, formativa, somativa e autoavaliação, que podem ser desenvolvidas através de prova objetiva, prova discursiva, trabalho em grupo, debate, relatório e observação. Outro ponto que é possível observar com base na análise é que, a implementação da apostila impactou nos conteúdos trabalhados por uniformizá-los, no curto espaço de tempo disponível para aprofundar conteúdos ou desenvolver propostas práticas, por não considerar as especificidades dos estudantes e, pela aplicação de simulados. Sendo assim, conclui-se que houve avanços na concepção docente acerca da avaliação, devido a formação inicial e continuada dos mesmos, o que acarretou, em alguns momentos, no desenvolvimento de práticas pedagógicas diferentes daquelas abordadas pelo material. Mas, pelo uso da apostila não ser uma prática neutra, dificulta o desenvolvimento da emancipação, da decisão democrática, da transformação e da crítica educativa.