Por uma Geografia lúdica

o uso da maquete da rosa dos ventos como uma possibilidade de ensino-aprendizagem

Autores

  • Gerson Junior Naibo Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó
  • Janaina Gaby Trevisan
  • Adriana Maria Andreis

Palavras-chave:

educação básica, práticas pedagógicas, ensino de Geografia, ensino de Cartografia, orientação espacial

Resumo

Desde o princípio da humanidade as pessoas orientam-se no espaço geográfico. A rosa dos ventos é um dos instrumentos mais clássicos, juntamente com a bússola e outros mais modernos, como o GPS (que em inglês significa Global Positioning System), atualmente disponível em vários dispositivos celulares e até mesmo em relógios. Esses, os meios e modos de orientar-se espacialmente, são conteúdos essenciais das aulas de Geografia desde os anos iniciais da formação escolar. Logo, enquanto um relato de experiência, o presente trabalho discorre sobre uma proposta lúdica de ensino de Geografia a partir da elaboração de uma maquete da rosa dos ventos para facilitar a aprendizagem de aspectos básicos da Geografia e da Cartografia, tais como orientação, posição, localização, disposição e direção. Como parte da disciplina de Geografia, a prática foi desenvolvida com uma turma do 6° ano do Ensino Fundamental II (Séries Finais) na Escola de Educação Básica Jorge Lacerda, na comunidade Linha São Brás, município de Palmitos (SC), no decorrer do segundo trimestre letivo de 2024. Os estudantes foram instruídos sobre a elaboração do trabalho em sala de aula e por meio de um bilhete escrito e direcionado aos pais e/ou responsáveis, os quais foram incentivados a realizar esse trabalho de maneira interativa e participativa. No processo de discussão/avaliação individual dos trabalhos, visando a torná-lo democrático (e considerando o caráter processual e qualitativo), os estudantes apresentaram a sua elaboração enquanto produção de um modelo tridimensional para uma banca composta pelos seguintes membros: o professor de Geografia, propositor da atividade; uma pedagoga, que atua como 2ª professora; e a professora orientadora do Laboratório de Informática. Posteriormente, todas as maquetes foram expostas na área coletiva/social da escola, com o objetivo de compartilhar os conhecimentos produzidos pela turma. Como resultados, ao final do processo consideramos que todos os estudantes obtiveram o êxito necessário e desejado, alçandondo as devidas habilidades e competências, também presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ademais, destacamos o trabalho participativo e a valorização da produção pela apresentação e exposição na escola. Além disso, em geral, os estudantes entenderam a possibilidade de uso da maquete como modo de orientação, posicionando a seta da maquete que identifica o Leste para o nascente do Sol, considerando a relatividade e a relacionalidade com a direita e esquerda da posição do sujeito. Como conclusão dessa proposição, destacamos que: i) o ensino acerca do espaço geográfico por intermédio de uma perspectiva lúdica, possibilitou a melhor compreensão dos conteúdos escolares e sua interconexão com a realidade espacial geográfica, acentuando-se, neste caso, a cognição de maneira facilitada, mesmo quando se tratavam de assuntos técnicos e complexos para as crianças; ii) por envolver elementos estéticos na articulação com fundamentos interdisciplinares e artísticos, o trabalho da maquete da rosa dos ventos aprimorou o senso de organização dos estudantes na elaboração, desenvolvimento e entrega do trabalho final; iii) por ter sido um trabalho realizado com auxílio e participação dos pais e/ou responsáveis, percebe-se que isso enriqueceu as relações familiares e afetivas, realçando a participação dos mesmos nos processos pedagógicos de ensino-aprendizagem dos estudantes, o que trouxe, por consequência, resultados cognitivos satisfatórios na vida do sujeito escolar. Dessa forma, entendemos que a proposta didática em questão ampliou o repertório de conhecimentos dos estudantes sobre os instrumentos e modos de orientação geográficos e cartográficos, bem como colaborou para os instigar a construir produtos pedagógicos que facilitam a compreensão dos mesmos sobre a orientação espacial.

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Publicado

24-09-2024

Edição

Seção

Ciências Humanas - Ensino - Campus Chapecó