A escola vai às comunidades

a pesquisa como possibilidade educativa

Autores

  • Gerson Junior Naibo Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó
  • Simone Ugolini Gianezini
  • Juliana dos Passos
  • Marlon Brandt

Palavras-chave:

escola e universidade, educação básica, pesquisa na escola, pensamento crítico, formação cidadã

Resumo

Na prática pedagógica a pesquisa, muitas vezes, tem sido banalizada. E, embora o advento da tecnologia tenha facilitado o seu processo de execução, alguns dos seus princípios estão em defasagem nas práticas escolares cotidianas, principalmente no que se refere ao conhecimento da realidade e do acesso às fontes históricas locais e regionais. Em razão disso, surgiu o projeto “A escola vai às comunidades” na Escola de Educação Básica Jorge Lacerda, na comunidade Linha São Brás, município de Palmitos (SC). Em sua essencialidade, o projeto visa o aprimoramento dos conhecimentos sobre as comunidades rurais do município de Palmitos (SC), nas quais os estudantes estão inseridos. Assim, o objetivo do presente trabalho é apresentar um breve histórico do projeto em questão e analisar a sua importância na formação crítica dos estudantes, por meio do processo de pesquisa na educação básica. Metodologicamente, trata-se de um relato de experiência, levando em consideração a participação dos integrantes (autores e coautores do texto) no projeto, em diferentes etapas de planejamento e execução do mesmo. Partindo-se aos fatos, o projeto surgiu no ano de 2020, em consequência da pandemia da Covid-19, quando os professores e gestores da escola se deslocavam até as residências dos estudantes para entregar as atividades impressas para aqueles que não tinham acesso às tecnologias. Inspirados por isso, e principalmente pela necessidade de os professores conhecerem melhor sobre a realidade histórica, geográfica e social dos estudantes, no ano de 2022, em uma semana de planejamento e formação escolar do mês de julho, os professores visitaram as comunidades rurais atendidas pela escola. Já em outra edição do projeto, no ano de 2023, todos os estudantes compareceram às comunidades rurais, ocasião em que conheceram diferentes narrativas, entidades, empresas e organizações. Então, no ano de 2024, em razão do grande volume de material levantado, como parte integrante do projeto, estamos realizando um processo de sistematização e publicação das pesquisas que já vêm sendo executadas desde o início do projeto. As pesquisas estão sendo orientadas por um conjunto de 14 orientadores e 14 coorientadores (todos pós-graduandos e/ou vinculados a algum programa de pós-graduação) de diferentes lugares do Brasil[1]. Sublinhamos que, para preparar os estudantes para o desenvolvimento do processo de pesquisa, foram realizadas duas oficinas formativas: i) “Pesquisar é preciso: o escrever como princípio da pesquisa”, com a doutora Alana Rigo Deon, no dia 15 de agosto de 2024; e ii) “ABNT e formatação de trabalhos acadêmicos”, com a mestra Nira Azibeiro Pomar, em 21 de agosto de 2024. Como conclusão desta investigação, salientamos que esse processo de formação para a pesquisa tem se somado na formação crítica e cidadã dos estudantes, acentuando-se, nesse percurso, a criatividade e a autonomia na construção do conhecimento científico e escolar de maneira integrada. Além disso, o projeto acentua o senso de pertencimento e de identificação dos estudantes às suas respectivas comunidades rurais. Outrossim, é importante destacar que este é um projeto de ensino, mas igualmente de pesquisa e extensão, que, sobretudo no último ano, tem promovido diálogos com diferentes instituições universitárias. 

Downloads

Publicado

05-09-2024

Edição

Seção

Ciências Humanas - Ensino - Campus Chapecó