Pesquisa na Educação Básica
um relato de experiência na Escola de Educação Básica Jorge Lacerda
Palavras-chave:
educação básica, pesquisa na escola, a escola vai às comunidades, história local e regional, lugares de memóriaResumo
A pesquisa, muitas vezes, limita-se apenas às estruturas universitárias, e, até pouco tempo
atrás, tem se restringido aos grandes centros metropolitanos, normalmente próximos das
capitais. Felizmente essa questão vem, aos poucos, sendo superada com a interiorização das
universidades públicas. Como exemplo, podemos citar o caso da Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS), localizada em seis campi, distribuídos nos três Estados da Região Sul
do Brasil: Cerro Largo (RS), Erechim (RS), Passo Fundo (RS), Chapecó (SC), Laranjeiras
do Sul (PR) e Realeza (PR). Precisamos reconhecer, no entanto, que as escolas também são
estabelecimentos com grande potencial para o desenvolvimento de pesquisas,
principalmente sobre contextos locais e regionais. É isso o que vem sendo realizado na
Escola de Educação Básica Jorge Lacerda por meio do projeto “A escola vai às
comunidades”. A importância deste projeto soma-se ao fato de que a sua execução está
sendo desempenhada em diferentes comunidades rurais do município de Palmitos, no Oeste
Catarinense, em um contexto geográfico e histórico em que a pesquisa tem sido, por um
longo tempo, esquecida e desvalorizada. Assim, como problemática da presente
investigação, temos: qual é a importância da pesquisa realizada nos espaços escolares? Por
conseguinte, o objetivo deste trabalho é refletir sobre a relevância da pesquisa nas escolas
para a formação intelectual e crítica dos estudantes. Metodologicamente, trata-se de um
relato de experiência com base nas vivências dos autores e coautores deste texto (estudantes,
professores, orientadores, coorientadores e gestores escolares) no projeto em questão. Como
guisa conclusiva, mostramos que a pesquisa na escola: i) possibilita que os estudantes
conheçam sobre a realidade histórica e socioespacial na qual estão inseridos, reconhecendo
e valorizando as suas raízes e ancestralidades; ii) amplia a produção de fontes históricas e
narrativas sobre contextos locais e até mesmo regionais; iii) propicia a valorização das
memórias e identidades para a construção da história de sujeitos invisibilizados,
considerando a urgência e a importância do registro da história oral em razão da idade
avançada das pessoas que guardam essas memórias; iv) incentiva o gosto pela pesquisa e
favorece a formação de estudantes autônomos, criativos, articuladores e críticos; e v)
aprimora a capacidade de leitura, interpretação e produção de textos, ressaltando a
indispensabilidade de uma construção constante e contínua que precisa sempre ser pensada
e planejada. Ademais, sublinhamos que essa é uma pesquisa que não se encerra aqui, mas
que se lança para um futuro promissor e inquietante, levando em conta as suas mais
diferentes possibilidades. Por fim, apontamos para o significado e a necessidade de eventos
como este, o Seminário de Ensino Pesquisa e Extensão (Sepe), organizado e realizado pela
UFFS, por possibilitar a participação de estudantes da educação básica assim como da
comunidade regional como um todo.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.