CAPACITAÇÃO SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS E SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO ACADÊMICA DA ÁREA DA SAÚDE

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PETIANAS

Resumo

A luta a favor do reconhecimento das necessidades e direitos das Pessoas com Deficiência (PcD) vem sendo conquistada a muitos anos, trazendo processos significativos de avanço, como a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes ocorrido em 1975, que destacou os direitos da vida, saúde, dignidade, segurança e participação plena das políticas voltadas às suas próprias demandas. Após criou-se a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (PNIPPD), a fim de garantir os direitos socioeconômicos e culturais das PcD, mencionando as definições dos cinco tipos de deficiências: física, auditiva, visual, mental e múltipla. Na crescente busca por melhorias no acesso da vida diária, é estabelecida a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência (PNSPD), priorizando os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na assistência integral, promoção de saúde e prevenção de agravos. Finalmente, em 2015, intuiu-se o Estatuto da Pessoa com Deficiência, possibilitando o direito ao atendimento prioritário, psicológico, serviços de reabilitação e meios acessíveis de locomoção. Nesse contexto, o Programa de Educação pelo Trabalho na Saúde, desenvolvido com parceria entre o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde, na edição 2024-2026, com a temática Equidade, trás, através da parceria entre três instituições de ensino superior do município de Chapecó-SC, diversas temáticas divididas dentro dos grupos tutoriais. Trata-se de relato de experiência, com análise descritiva da percepção de duas acadêmicas de enfermagem a partir de atividade de capacitação em deficiências promovida pelo grupo tutorial do PET-Saúde em que estão inseridas, no município de Chapecó, no dia 11 de julho de 2024, com supervisão de uma coordenadora e três tutoras. O primeiro encontro de capacitação tinha como título “Aprendendo a enxergar” e contou com a presença de uma mediadora para a sensibilização sobre a temática de inclusão das PcD nos mundos do trabalho e do ensino. Esse encontro iniciou com uma provocação através de uma dinâmica que envolvia a realização de atividades motoras e de fala comandadas e simultâneas entre os presentes. Foi possível identificar, assim, as nossas próprias potencialidades, mas também as limitações de cada um. A partir dessa dinâmica e da apresentação do grupo de participantes, foi desenvolvida uma discussão que nos fez refletir sobre como enxergamos e tratamos as pessoas com deficiência, em relação às dificuldades encontradas no mercado de trabalho, no ensino básico ao superior, mobilidade urbana, inclusão social e principalmente o acesso ao serviço de saúde e o preparo dos profissionais para a prestação de uma assistência integral e equânime, focada na humanização, nos direitos e especificidades de cada indivíduo. A experiência demonstrou que, para além do aprendizado teórico sobre aspectos biológicos do ser humano, é fundamental na formação acadêmica a compreensão dos desafios enfrentados pelos PcDs, a fim de ofertar um atendimento efetivo, com o desenvolvimento de estratégias de gestão e assistência para garantir os direitos previstos na PNSPD. Dessa maneira, proporcionou o vislumbre de questões pouco discutidas na formação dos profissionais da área da saúde, contribuindo para a construção de um sistema mais equânime, inclusivo e acessível.