POSSÍVEIS CAMINHOS DE APRIMORAMENTO DA ÁRVORE DE DECISÃO LABOVIANA

Autores

Palavras-chave:

entrevistas sociolinguísticas; árvore da decisão; alternância de estilo; grau de objetivida-de; cristalização.

Resumo

No ano de 2001, William Labov apresenta em sua obra The anatomy of style-shifting uma metodologia aplicada às entrevistas sociolinguísticas com base no monitoramento de estilo chamada “árvore da decisão”. O propósito do autor era explorar essa metodologia desenvolvida quarenta anos após suas pesquisas de alternância de estilo nos EUA publicadas em The Social Stratification of English in New York City (1966). O objetivo desta comunicação é revisitar obras da Sociolinguística, que explicam o funcionamento da técnica, tendo como ponto de partida a elucidação do método pelo pioneiro Labov (2001), que toma de empréstimo os primeiros fluxogramas arbóreos na área da matemática e da tecnologia da informação presentes no livro denominado Machine Learning de J. Ross Quinlan na década de 1970. Adiante, foi exemplificado o modelo com aplicações práticas, tendo como exemplo dois corpora, como o PortVix (Projeto Português Falado na Cidade de Vitória - ES) e o LínguaPOA (Registros de fala do português brasileiro falado em Porto Alegre - RS), além de terem sido abordados pontos críticos que contribuem para aprimorar o funcionamento a fim de auxiliar o grau de objetividade com novas visões, evitando a cristalização dos conceitos da “árvore”, uma vez que língua e estilo não se estancam. Alguns prováveis caminhos levam ao aprimoramento da técnica pela ótica dos autores estudados: a reivindicação de um modelo que considere outras dimensões estilísticas como a escrita; a possível criação ou a readequação de nós arbóreos que contemplem respostas apreciadas como importantes, pois estas podem assumir critérios formais e informais de acordo com a entrevista; o entendimento sobre certo nível considerável de abstração, por buscar uma sistematicidade da variação estilística na comunidade, que pode ser algo impossível de se prever num sistema da fala. Com isso, os estilos se matizam em gradientes entre níveis de formalidade e níveis de informalidade.

Biografia do Autor

  • Claudia Andrea Rost Snichelotto, UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul

    Professora titular-livre da Universidade Federal da Fronteira Sul (campus Chapecó/SC). Doutora (2009) e Mestre (2002) em Linguística, área de concentração Sociolinguística, pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Letras Português e respectivas Literaturas (1993), pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Foi membro da equipe auxiliar do Projeto VARSUL/Agência PUCRS em 1993. Foi professora da educação básica de 1994 a 2007. É professora do ensino superior desde 2002. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase na interface da Sociolinguística Variacionista com o Funcionalismo Linguístico, atuando principalmente nos seguintes temas: variação, mudança, gramaticalização, ensino e marcador discursivo. É líder do Grupo de Pesquisa Estudos Sociolinguísticos e Interfaces da UFFS e pesquisadora colaboradora do Grupo de Pesquisa Para a História do Português Brasileiro de Santa Catarina e do Núcleo Interinstitucional de Pesquisa Varsul-SC da UFSC. É coordenadora do Posto Aplicador do Exame Celpe-Bras na UFFS e coordenadora Pedagógica de Língua Portuguesa e Representante EaD da Rede Andifes IsF (Idiomas sem Fronteiras) da UFFS. De 2012 a 2015, foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, da Universidade Federal da Fronteira Sul, e Vice-Presidente do Círculo de Estudos Linguísticos do Sul (CelSul), gestão 2013-2014. Pesquisadora FAPESC (Chamada Pública Fapesc nº 4/2012 ? Universal e Chamada Pública FAPESC Nº 03/2018 ? Fomento à Pós-Graduação Stricto Sensu da UFFS). Atuou, de 2018/2 a 2019/2, na coordenação do SubProjeto Lingua Espanhola e Língua Portuguesa do Programa Residência Pedagógica da UFFS, em Chapecó.

Downloads

Publicado

24-09-2024

Edição

Seção

Linguística, Letras e Artes - Pesquisa - Campus Chapecó