RESSECÇÃO CIRÚRGICA DE CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM FELINO
RELATO DE CASO
Palavras-chave:
histopatologia, neoplasia epitelial, radiação solarResumo
O carcinoma de células escamosas (CCE) é o neoplasma maligno epitelial, localmente invasivo, mais comum em felinos. Essa alteração é descrita em gatos com idade média de 11 anos, principalmente animais de pelo curto e pele clara, tendo influência da exposição à radiação solar. Este trabalho tem como objetivo relatar a abordagem clínico-cirúrgica em um felino macho de 11 anos, SRD, com lesão ulcerativa nodular nasal, sugestiva de CCE; a lesão tinha aproximadamente 4 meses de evolução e sangramento recorrente, seguido de cicatrização. Ao exame citológico, por imprint, não se obteve resultado conclusivo. Solicitou-se hemograma e bioquímica sérica que não apresentaram alterações, além de exame radiográfico torácico, optando-se pela excisão cirúrgica. Após exame físico e avaliação pré-anestésica, aplicou-se por via intramuscular tiletamina e zolazepam (7,5 mg/kg) e metadona (0,3 mg/kg). Após a tricotomia e acesso venoso cefálico, iniciou-se fluidoterapia com Ringer Lactato (5 ml/kg/h), aplicou-se cefalotina (25 mg/kg/IV) e induziu-se com propofol (6 mg/kg/IV), sendo a manutenção anestésica com isoflurano. Para exérese incidiu-se a pele contornando a lesão com eletrocautério monopolar, respeitando a margem cirúrgica de 0,5 cm, seguiu-se hemostasia e sutura em padrão colchoeiro horizontal isolado com fio náilon 4-0 aproximando pele e cartilagem/mucosa nasal. A amostra removida foi encaminhada para exame histopatológico. Ao término da cirurgia aplicou-se meloxicam (0,1 mg/kg/SC) sendo observada a recuperação anestésica e alta médica. Prescreveu-se meloxicam (0,5 mg/kg/SID/2 dias), cloridrato de tramadol (12 mg/kg/TID/3 dias) e clorexidina em spray para limpeza da ferida cirúrgica (TID/15 dias). Para que o tratamento de neoformações seja eficaz, é essencial o diagnóstico precoce, sugerido pela citologia aspirativa por agulha fina ou por imprint e confirmado pela histopatologia; nesse caso a citologia não foi conclusiva, sendo a remoção cirúrgica aplicada para viabilizar o diagnóstico histopatológico. Dentre as indicações para casos de CCE estão a cirurgia, criocirurgia, quimioterapia, radiação ionizante e terapia fotodinâmica, sendo que a escolha depende de fatores como o estadiamento, estado geral do paciente, disponibilidade financeira e de equipamentos. A criocirurgia é uma das técnicas mais recomendadas atualmente por ser menos invasiva, permitir maior preservação do tecido saudável e apresentar eficácia em tumores superficiais, no entanto, o paciente deve ser submetido à diversas sessões do tratamento sob anestesia geral, além desta não proporcionar margem tecidual de segurança, tornando mais provável a recidiva. Já a ressecção cirúrgica é recomendada para garantir margens livres do tecido neoplásico, proporcionando prognóstico favorável sendo uma escolha mais acessível financeiramente se comparada à criocirurgia, além de permitir o exame histopatológico, como neste caso e ter menor morbidade. Neste caso, apesar de apresentar aspecto estético menos favorável, a excisão cirúrgica proporcionou menor morbidade e redução de riscos associados à vários procedimentos de anestesia geral, uma vez que o paciente não precisou ser anestesiado repetidas vezes, sendo uma escolha assertiva para tratamento, assim como confirmação do diagnóstico.
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