A CARREIRA ACADÊMICA DAS MULHERES MÃES

DESAFIOS DAS DOCENTES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS ERECHIM

Autores

  • Pamela Marmentini Corrêa UFFS
  • Sinara München

Palavras-chave:

Maternidade; Mulheres na Ciência; Docência.

Resumo

Os desafios enfrentados por mulheres-mães no meio acadêmico e científico são significativos, destacando como o ambiente de pesquisa é predominantemente moldado para homens. A ausência de redes de apoio e a falta de reconhecimento das especificidades das mães pesquisadoras são temas centrais. De acordo com Chauí (2001), a Universidade deveria ser uma instituição que reflete e respeita suas diversidades internas, incluindo as diferentes lógicas de docência e pesquisa. Jacqueline Leta (2003) observa que, historicamente, a ciência foi dominada por homens, marginalizando o potencial das mulheres. Recentemente, no entanto, há um movimento crescente para a inclusão das mulheres na ciência, com avanços que começam a alterar a estrutura da academia. A maternidade é descrita como uma experiência complexa que afeta profundamente a vida pessoal e profissional das mulheres. Urpia e Sampaio (2009) destacam que a conciliação entre maternidade e carreira acadêmica apresenta desafios significativos, exigindo uma abordagem adaptativa e cuidadosa. A discussão sobre a maternidade na academia é intensificada pelo machismo estrutural e pela falta de suporte adequado, refletindo em como a linguagem e as expectativas sociais ainda perpetuam normas patriarcais, como exemplificado na crítica de Paulo Freire (2008) sobre a linguagem machista. A questão da linguagem e sua influência ideológica é abordada por Freire (2008), que destaca como a linguagem tradicional perpétua a desigualdade de gênero. Além disso, a crítica de Simone de Beauvoir (1967) e Elisabeth Badinter (1985) ao mito do amor materno revela como esse ideal é uma construção social que oprime as mulheres, limitando suas possibilidades e pressionando-as a se conformarem a papéis tradicionais. A pesquisa de Silva et al. (2019) examina como as professoras universitárias conciliam maternidade e carreira, revelando que a sobrecarga de funções e a pressão social continuam a afetar negativamente essas mulheres. A falta de redes de apoio e a necessidade de equilibrar responsabilidades profissionais e familiares são desafios constantes, exacerbados pelo impacto da pandemia, que intensificou as dificuldades ao borrar as fronteiras entre os ambientes de trabalho e doméstico. A conciliação entre maternidade e carreira deve ser abordada como uma questão pública e institucional, exigindo mudanças nas políticas de trabalho e na estrutura social. A pesquisa busca entender como as docentes da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim, equilibram suas responsabilidades e as barreiras que enfrentam. É crucial promover uma verdadeira igualdade de oportunidades e apoio, permitindo que todos, independentemente do gênero, possam equilibrar suas responsabilidades pessoais e profissionais de maneira justa e eficaz. Em resumo, o intuito desta pesquisa evidencia que a luta pela inserção das mulheres-mães na academia é um reflexo de uma luta mais ampla por igualdade de gênero e reconhecimento no ambiente científico. É essencial continuar a desenvolver possibilidades e promover políticas públicas que apoiem a conciliação entre maternidade e carreira, para garantir que as mulheres possam prosperar tanto em suas vidas pessoais quanto profissionais.

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Publicado

01-10-2024

Edição

Seção

Ciências Exatas e da Terra - Ensino - Campus Erechim