O COLETIVO DE MULHERES NEGRAS BEATRIZ NASCIMENTO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL- CAMPUS ERECHIM

TRÊS ANOS DE ATUAÇÃO

Autores

  • DANIELE ROSA Monteiro UFFS
  • Enaeli Graça Pontes De Andrade

Palavras-chave:

Mulheres Negras, Racismo, Coletivo de mulheres negras, Educação antirracista

Resumo

O Coletivo de Mulheres Negras Beatriz Nascimento é um projeto de cultura que acontece na Universidade Federal da Fronteira Sul (Campus Erechim-RS). Foi fundado em 2021 por iniciativa de três acadêmicas negras dos cursos de Pedagogia, Educação do Campo e Ciências Sociais com o objetivo de promover debates sobre relações étnicos-raciais. Por meio de temas diversificados, busca refletir sobre as dimensões sociais, históricas e culturais da população negra, problematizando as discriminações vivenciadas pelos negros, as condições nas quais as mulheres negras vivem na sociedade, entre outros. Além disso, o coletivo organiza diversos eventos, seminários e grupos de estudos com abordagens referentes a questões raciais. Um dos maiores eventos é a SER AFRO, que ocorre no mês de novembro. O nome do coletivo faz uma homenagem à heroína da pátria Beatriz Nascimento (1942-1995), uma mulher negra, nascida em Aracaju-SE. Formada em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, se dedicou ao estudo sobre os quilombos. Atuou como professora, escreveu poemas e também chegou a ser roteirista. Participou também de movimentos sociais negros e foi fundadora do grupo de trabalho André Rebouças na Universidade Federal Fluminense (UFF). Suas ideias e pensamentos ajudaram a analisar sobre o racismo na educação, principalmente sobre como se sentem as crianças negras nos espaços escolares. Além disso, observava também o modo no qual as mulheres negras estavam sendo tratadas no mercado de trabalho. De maneira geral, Beatriz Nascimento é referência, para reconhecer sua própria identidade como pessoa negra e formar pensamentos sobre afirmação racial. No ano de 2023, o coletivo organizou de forma remota o grupo de estudos sobre a obra Por um feminismo Afro-latino-americano da autora Lélia Gonzalez. Foram debatidas diversas temáticas norteadas pelos seguintes capítulos do livro: "Racismo e sexismo na cultura brasileira"; "Por um feminismo afro-latino americano" e "A mulher negra na sociedade brasileira: uma abordagem político-econômica. Além de promover o evento "Ser Afro - semana da resistência: articulando falas, reivindicando origens, descolonizando mentes", nesta semana ocorrem realizações de rodas de conversa, palestras, oficinas, apresentações culturais e o seminário temático. O coletivo também colabora com a organização do encontro no dia 25 de julho, que ficou denominado como "Julho das Pretas", data que celebra o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. Essa data é vista como marco internacional de luta e resistência da mulher negra (que até os dias atuais enfrentam o racismo e sexismo, vivenciando de diversas formas). As idealizadoras deste evento foram as mulheres da Casa Norte Pará e que deram continuidade nesta celebração que neste ano de 2024 teve a sua 2ª edição. Durante o evento deste ano ocorreu uma roda de conversa sobre a saúde mental da mulher negra, trocas de experiências, apresentação de músicas/artes, exposição de mulheres negras que marcaram a história, entre outros. Assim, com esses enconros e eventos o coletivo vem amadurencendo nas suas propostas e formando parcerias com a comunidade interna e externa, que possam contribuir para fomentar a discussão sobre o enfrentamento e comabte do racismo, bem como caminhos para efetivar uma educação antirracista. 

          

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Publicado

27-09-2024

Edição

Seção

Ciências Sociais Aplicadas - Extensão & Cultura - Campus Erechim