DESAFIOS NA PERSPECTIVA DE PROFESSORES REGENTES E DE APOIO À EDUCAÇÃO DE ALUNOS AUTISTAS

Autores

  • NATALY MAYTHANA DOS SANTOS THOMAZINI universidade federal da fronteira sul
  • Ronaldo Aurélio Gimenes Garcia

Palavras-chave:

Autismo, professores, ensino regular, educação inclusiva

Resumo

A primeira referência ao autismo data do início do século XX, com os trabalhos de Eugen Bleuler. No entanto, foi com Leo Kanner, em 1943, que o autismo começou a ser descrito como uma condição específica, caracterizada por dificuldades na comunicação social e em desenvolver relacionamentos. Hans Asperger, por sua vez, identificou um subtipo de autismo, conhecido como síndrome de asperger, caracterizado por interesses restritos e habilidades cognitivas preservadas. O diagnóstico do autismo evoluiu significativamente ao longo dos anos. Inicialmente, o autismo era considerado um sintoma da esquizofrenia infantil. Com o tempo, a compreensão do transtorno se aprofundou, e o autismo passou a ser reconhecido como um transtorno do neurodesenvolvimento. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) desempenhou um papel fundamental nesse processo, estabelecendo critérios diagnósticos precisos e atualizados. Quanto aos sintomas descritos no DSM, além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades a depender do grau de suporte, sendo eles divididos em três graus. Esta pesquisa investigou os desafios enfrentados por professores na inclusão de alunos do ensino regular com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em uma escola municipal de Ampére, Paraná. Por meio de entrevistas semiestruturadas feitas com três professoras, foram coletadas informações sobre as experiências e percepções desses em relação à inclusão. Os resultados desta pesquisa evidenciaram a necessidade de um olhar mais aprofundado sobre a formação dos professores para o atendimento às necessidades dos alunos com TEA. A falta de conhecimento sobre as características do autismo e de estratégias pedagógicas específicas limitou a capacidade dos professores em adaptar o ensino e promover a aprendizagem desses alunos. Além disso, a ausência de um acompanhamento sistemático e de recursos adequados dificultou a implementação de práticas inclusivas eficazes. Sugere-se a realização de estudos futuros que investiguem o impacto de diferentes modelos de formação de professores na qualidade do atendimento aos alunos com TEA, bem como a elaboração de políticas públicas que garantam a oferta de recursos e o apoio necessário para a inclusão escolar. A pesquisa também revelou a importância da colaboração entre professores, famílias e profissionais da saúde para garantir o sucesso da inclusão. A construção de um Plano Educacional Individualizado (PEI) e a utilização de ferramentas de comunicação, como diários de comportamento, foram sugeridas como estratégias para melhorar a comunicação e o acompanhamento do desenvolvimento dos alunos. Os resultados deste estudo indicam a necessidade de investir em políticas públicas que promovam a formação continuada de professores, a oferta de recursos adequados e a criação de uma cultura escolar inclusiva. Além disso, é fundamental que as famílias sejam envolvidas ativamente no processo de ensino e aprendizagem de seus filhos com TEA.

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Publicado

12-10-2024

Edição

Seção

Ciências Humanas - Pesquisa (TCC) - Campus Realeza