A EVOLUÇÃO DAS CONCEPÇÕES DE CIÊNCIA ENTRE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO:

UM ESTUDO SOBRE VISÕES DISTORCIDAS E A INFLUÊNCIA DA CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Autores

  • Ellen Maria Cantoni Brock UFFS
  • Nathália Sartori Andretti
  • Larissa Gabrieli Da Silva
  • Katharine Margaritha Satiro Braz
  • Maria Antonia Michels de Souza

Palavras-chave:

Método Científico, Visões Distorcidas, Regência Escolar, Formação de Professores.

Resumo

Em muitas aulas de Ciências, diversos aspectos, como os eventos históricos, políticos e econômicos que são fundamentais para compreender o desenvolvimento dessa área do conhecimento, são frequentemente ignorados. Essa omissão contribui para uma imagem distorcida de como os conceitos científicos se formam e evoluem. Essa situação também está relacionada a uma formação inicial de professores que oferece uma visão equivocada sobre a construção do conhecimento científico, o papel dos cientistas e os métodos utilizados na Ciência. Essa problemática motivou a investigação sobre o que os alunos do Ensino Médio entendem por Ciência, considerando seus conhecimentos prévios e o contexto escolar em que estão inseridos. Este trabalho teve como objetivo investigar as concepções de Ciência dos alunos do Ensino Médio, com foco em identificar visões distorcidas e desmistificar estereótipos amplamente disseminados. O estágio supervisionado foi realizado em uma turma do 2º ano do Ensino Médio, no Colégio Estadual Doze de Novembro, totalizando 16 horas de regência. A pesquisa iniciou-se com a aplicação de um questionário contendo três perguntas centrais: "O que é Ciência?", "Quem pode fazer Ciência?" e "Biologia faz parte da Ciência?". Esse procedimento foi repetido ao final do estágio para avaliar possíveis mudanças nas concepções dos alunos. Durante o período de regência, observou-se que muitos alunos possuíam uma visão rígida e limitada da Ciência, frequentemente associada à ideia de comprovação absoluta e ao método científico como infalível. Essas concepções estavam enraizadas em estereótipos promovidos por mídias e materiais educacionais, dificultando o entendimento da Ciência como um processo dinâmico e colaborativo. Para mitigar essa visão, as aulas integraram elementos históricos e metodológicos, demonstrando a Ciência como uma construção contínua e permeada por erros e acertos. Embora desafios tenham surgido, especialmente na contextualização histórica de alguns conceitos, atividades como o estudo sobre o fóssil do peixe Tiktaalik e a pesquisa sobre o tráfico ilegal de aves se mostraram eficazes na reformulação das concepções dos alunos. Ao final, a reavaliação dos questionários indicou uma evolução significativa na compreensão dos estudantes, que passaram a ver a Ciência de maneira mais integrada e menos rígida, valorizando a colaboração e a evolução do conhecimento científico ao longo do tempo. Além disso, ao comparar as respostas iniciais com as finais, percebeu-se que os alunos começaram a escrever termos mais técnicos da Ciência, trazendo a identificação de um letramento científico e também questões mais elaboradas, justificando suas respostas.

Downloads

Publicado

12-10-2024

Edição

Seção

Ciências Biológicas - Pesquisa - Campus Realeza