ENTREVEROS E CAPIVARAS:

A REVOLUÇÃO COMEÇA NO CAMPO.

Autores

  • Ana Eduarda de Matos UFFS
  • Carlos Henrique Coelho dos Reis UFFS
  • Solange Alves de Souza UFFS
  • Felipe Mattos Monteiro UFFS

Palavras-chave:

Sociologia, Jogos, Educação, Tecnologia, MST.

Resumo

O projeto de extensão Sociedades, Opioides e Capivaras: um jogo interativo de sociologia foi desenvolvido no âmbito do CCR de Laboratório e Prática de Ensino, com o propósito de criar uma ferramenta didática voltada para atender às necessidades pedagógicas de estudantes do ensino médio e professores(as) de Sociologia. Além de servir como suporte acadêmico, o projeto visa oferecer uma experiência educacional inovadora, configurando-se como um instrumento de ensino que busca simular múltiplas dimensões da vida social por meio de um jogo interativo. Este jogo permite aos(as) jogadores(as) assumirem papéis de diversos personagens cujas características sociais, culturais, políticas e econômicas influenciam as escolhas feitas, proporcionando uma reflexão crítica sobre categorias sociológicas fundamentais, tais como estrutura de classes sociais, estratificação social, poder, gênero, raça, e capitais sociais e econômicos.
A metodologia do projeto é fundamentada em uma abordagem exploratória e na pesquisa de campo,  na qual são analisadas pesquisas sobre o ensino de Sociologia, mapeando-se as temáticas predominantes e discutindo-se seus principais achados. Além disso, o projeto propõe experiências didáticas inovadoras e analisa o uso de novas linguagens aplicadas ao ensino, oferecendo alternativas metodológicas para a prática docente.
Em continuidade ao jogo e ao projeto de extensão, novas ideias foram incorporadas, resultando na elaboração de uma narrativa adicional. Este novo enredo intitulado Entreveros e capivaras: A revolução começa no campo centra-se em Yaroslav, um jovem socialista russo que, movido por ideais revolucionários, é teleportado para um acampamento de camponeses sem terra no interior do Paraná, administrado pela União Camponesa (U.C.). Este acampamento, alvo constante de invasões ocasionadas por pistoleiros a serviço de grandes latifundiários, torna-se o cenário onde os estudantes, ao interagir com o jogo, devem guiar o personagem principal e, ao mesmo tempo, engajar-se em uma análise crítica das categorias sociológicas implicadas.
Para o desenvolvimento mais aprofundado das fases do jogo, foram realizadas entrevistas com organizadores e participantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Laranjeiras do Sul, com foco no acampamento 8 de Junho. Essas entrevistas foram fundamentais para a construção das narrativas e desafios presentes no jogo. Complementarmente, foi produzido um curta-metragem que retrata a perspectiva de uma criança que cresceu no acampamento do MST e, posteriormente, teve acesso à educação superior na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), instituição que possui uma ligação histórica significativa com os movimentos sociais, especialmente o MST.
A intenção de realizar as produções audiovisuais incluindo o curta-metragem e as fotografias foram de enriquecer a experiência interativa do jogo, trazendo a representação da realidade vivenciada pelos camponeses da região, destacando a relevância dos movimentos sociais e da educação na transformação social. Dessa forma, o projeto expande as possibilidades de ensino e aprendizagem, configurando-se como uma abordagem multidimensional e inovadora no campo da educação sociológica.

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Publicado

11-09-2024

Edição

Seção

Ciências Humanas - Extensão & Cultura - Campus Laranjeiras do Sul