ESTUDO RESTROSPECTIVO DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE ELEVAÇÃO DA FOSFATASE ALCALINA EM CÃES.

Autores

  • Patricia Eloisa Munzlinger Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ana Júlia Pereira de Melo
  • Falcão Sodré Black
  • Luciana Pereira Machado
  • Fernanda Bernardo Cripa
  • Daniel Scapin

Palavras-chave:

Enzima hepática, Hepatopatias, Neoplasma, Pré-operatório, Exame bioquímico

Resumo

Exames laboratoriais são indispensáveis para determinados diagnósticos, a partir da
dosagem de componentes sanguíneos, como enzimas, com a intenção de determinar a
integridade e funcionamento de órgãos precursores de importantes elementos. Uma enzima
fundamental para mencionar a saúde do fígado é a Fosfatase alcalina (FA), que por ele é
sintetizada, sendo também produzida nos ossos, intestino, pâncreas, rins e placenta.
Predominantemente o aumento dos níveis plasmáticos da FA em cães está relacionado a
alterações hepáticas com o comprometimento do fluxo biliar, aumento da proliferação e
atividade osteoblástica (como no crescimento de animais jovens), aumento de
corticosteróides endógenos e exógenos, uso de anticonvulsivantes e neoplasias. O objetivo
desse estudo retrospectivo é classificar as afecções de cães que apresentaram elevação sérica
da fosfatase alcalina. Foram coletadas informações contidas nas solicitações de exames
bioquímicos recebidas no Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias na
Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária (SUHVU), entre janeiro de
2023 e julho de 2024, na cidade de Realeza, Paraná. Foram analisados os dados de 102
animais e classificados segundo a suspeita clínica do médico veterinário que solicitou o
exame, além do valor da FA obtido. Contabilizou-se 66 fêmeas (64,7%) e 36 machos
(35,29%), com idades entre 1 e 16 anos. Os valores obtidos no estudo variaram entre 159 a
12.357 UI/L, tendo como média 606 UI/L, dado que o valor de referência utilizado para a
espécie é de 20 a 156 UI/L. Conforme as informações concedidas através da solicitação,
31,37% dos animais apresentavam como suspeita neoformações, principalmente em
glândula mamária, 15,68% utilizaram o exame para pré-operatório e 11,76% manifestaram
afecções ósseas. Os animais suspeitos de nefropatias ou hepatopatias, compreenderam
8,02% cada, seguido de alterações do trato gastrointestinal com 6,87% e
hiperadrenocorticismo com 4,9%. Cardiopatias e endocrinopatias resultaram em 3,97%
cada e outras afecções foram responsáveis por menos de 3% cada. A partir desse estudo,
pode-se reafirmar a associação do aumento da fosfatase alcalina sérica em cães com o
diagnóstico provisório de neoplasmas, afecções ósseas e hepatopatias, destacando-se que
neoplasmas foram a causa mais frequente devido á alta demanda de pacientes pré-cirúrgicos
para exérese de nódulos no município e região. É fundamental que para um diagnóstico
definitivo seguro, o médico veterinário clínico analise e interprete a dosagem de outras
substâncias séricas. Também pode-se considerar o exame bioquímico de grande importância
para averiguar as condições de um paciente antes de realizar um procedimento cirúrgico,
visto que muitos cães que realizaram o exame pré-operatório demonstraram elevação, que
pode comprometer a saúde do animal no trans e pós-operatório.

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Publicado

13-10-2024

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Extensão & Cultura - Campus Realeza