EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM EM CENTRO OBSTÉTRICO:
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES TEÓRICO-PRÁTICAS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Palavras-chave:
trabalho de parto; enfermagem; ensino.Resumo
A graduação em Enfermagem exige um equilíbrio entre teoria e prática, sendo as atividades teórico-práticas (ATP) fundamentais para a consolidação do conhecimento e desenvolvimento de habilidades técnicas e emocionais necessárias ao exercício profissional. Tais atividades permitem que estudantes de Enfermagem exerçam os conhecimentos adquiridos em sala de aula e apliquem em situações reais, favorecendo a construção de competências essenciais para o cuidado integral e humanizado. O ambiente obstétrico, em particular, apresenta desafios significativos, especialmente no que tange à humanização do processo parturitivo, devendo considerar o cuidado obstétrico centrado na mulher, respeitando as suas necessidades e preferências, com a utilização de intervenções apropriadas para promover um parto seguro, positivo e acolhedor. Este trabalho objetiva descrever a experiência de acadêmicas de Enfermagem a partir de ATPs realizadas em um centro obstétrico. Trata-se de um relato de experiência descritiva e reflexiva sob o olhar de acadêmicas de Enfermagem inseridas em um centro obstétrico da região oeste catarinense. As práticas ocorreram em junho de 2024, durante componente curricular que desenvolve assuntos relacionados à obstetrícia. As acadêmicas, sob supervisão docente, ficaram responsáveis por duas parturientes secundigestas, uma em trabalho de parto com feto vivo e outra em uma situação de interrupção legal da gestação por diagnóstico de anencefalia fetal. Mesmo se tratando de casos que necessitavam de intervenções e cuidados direcionados a cada contexto, o primeiro passo adotado pelas estudantes foi a criação de vínculo com as gestantes. O grupo se dedicou constantemente para deixar os espaços mais acolhedores, usando iluminação indireta como forma de reduzir o estresse e a ansiedade, além de promover o relaxamento das mulheres e proporcionar uma sensação de segurança, facilitando a adesão às orientações e práticas de manejo da dor. Com uma das parturientes também foi usada a musicoterapia. Foi realizado o acompanhamento clínico da evolução do processo parturitivo, com monitorização das contrações e da frequência cardíaca fetal, avaliação do progresso do trabalho de parto, além de suporte emocional e gestão da dor. Foram aplicados métodos não farmacológicos para o alívio da dor, como bolsa de água quente em pontos estratégicos, massagem lombossacral, mudança de posição das parturientes, além da prática de exercícios respiratórios e técnica de rebozo durante as contrações com uma das mulheres. Foi ofertada água e gelatina às parturientes como forma de mantê-las hidratadas e com energia para enfrentar o processo. Após as assistências prestadas, em um momento grupal de reflexão entre estudantes e docente, percebeu-se que o vínculo se estabeleceu de forma exitosa e que as experiências vivenciadas foram positivas não só para as estudantes, mas para as mulheres que verbalizaram satisfação pelas assistências e agradeceram a atenção dispensada. As ATPs são fundamentais para proporcionar uma compreensão completa e aplicada do conhecimento, pois integram a teoria com a experiência da prática, desenvolvem habilidades clínicas e técnicas, pensamento crítico, competências intra e interpessoais e manejo emocional, qualidades indispensáveis na formação do enfermeiro. Também foi possível reforçar a ideia de que cada cuidado é único e necessita de um olhar diferenciado e adaptado a cada caso e contexto.
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