PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA EM CHAPECÓ:

DIÁLOGO COM ESTUDANTES INDÍGENAS DA TRIBO KAINGANG PARA A CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE PARASITOSES E HIGIENE ALIMENTAR

Autores

  • Symon Martins Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Yenidis Teilor Scheibel
  • Jane Kelly de Oliveira Friestino
  • Tânia Aparecida de Araujo
  • Graciela Soares Fonseca

Palavras-chave:

extensão; PSE; parasitoses; higiene alimentar; comunidade indígena.

Resumo

A extensão curricularizada foi instituída pelo Plano Nacional de Educação por meio da Resolução n°7 de 2018 e incluída no curso de graduação em medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó, por meio do novo Projeto Pedagógico do Curso, visando objetivos como formação cidadã dos estudantes, construção de diálogos com os demais setores da sociedade brasileira e promoção da interculturalidade.  Para isso, utiliza-se a extensão para interagir a Universidade com a comunidade, criando espaços de comunicação onde diferentes perspectivas possam ser compartilhadas. Nesse aspecto, como movimento de expansão à comunidade, a primeira turma de medicina a cumprir o componente curricular Projeto Integrador Interdisciplinar de Extensão (PIIEX) I, durante o primeiro semestre de 2024,  teve como alvo de ação a comunidade indígena, considerando a valorização da diversidade, de povos originários e de membros participantes da sociedade, em um movimento profundamente relacionado aos princípios das diversas ações afirmativas que buscam reconhecer os direitos e necessidades desses indivíduos. Este trabalho se trata de um relato de experiências de um dos grupos de estudantes envolvidos nessa ação. Para a ação, inicialmente, os profissionais da equipe de saúde indígena foram convidados e instruíram os acadêmicos sobre as particularidades culturais e os determinantes de saúde/doença locais, a fim de que os trabalhos fossem relevantes e alcançassem algum impacto social. Então, a turma foi dividida em quatro grupos, cada um com um alvo temático e método próprio. Este grupo empenhou diferentes atividades para abordar o tema da higiene alimentar associada às parasitoses, visando estimular o engajamento do público-alvo à aprendizagem ativa, em uma ação associada ao Programa Saúde na Escola (PSE). As atividades propostas foram: a) uma dinâmica com “mitos ou verdades”, em que foram apresentados slides com afirmações, imagens e explicações sobre o tema, e foram disponibilizadas placas com escrita frente e verso, cada uma contendo “mito” e “verdade”, para que os estudantes reagissem às afirmações; b) uma atividade com luz ultravioleta em caixa escura, para que todos passassem para ver as mãos e conferir a sujeira imperceptível ao olho nu; c) uma demonstração em que um acadêmico utilizou tinta para reforçar  a importância de cobrir todas as áreas de superfície da mão para higiene adequada. Esta ação foi realizada junto a 41 estudantes, na faixa de oito a quinze anos, da escola Sãpe Ty Kó, na Aldeia Kondá, Chapecó-SC. Na avaliação final, os estudantes da escola foram questionados e afirmaram que adotariam os hábitos protetivos, que aprenderam algo novo e que gostaram da atividade. Os acadêmicos concordaram que o trabalho enriqueceu a formação médica, destacando-se pela troca de saberes, especialmente pela oportunidade de contato com a comunidade indígena. Essa experiência foi fundamental para o desenvolvimento de habilidades como, comunicação efetiva, adequação do conteúdo às necessidades do público-alvo e respeito às especificidades encontradas. Contudo, para a efetividade dos objetivos deste trabalho, claramente são necessárias ações contínuas e mais complexas. Por isso, é relevante que novas ações sejam realizadas, ampliando o contato entre a universidade e a comunidade, e valorizando o eixo ensino-pesquisa-comunidade.

 

Palavras-chave: extensão; PSE; parasitoses; higiene alimentar; comunidade indígena.

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Publicado

24-09-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Extensão & Cultura - Campus Chapecó