ANESTESIA E UTILIZAÇÃO DO BLOQUEIO DO PLEXO BRAQUIAL PARA RETIRADA DE APARATO ORTOPÉDICO
RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Bloqueio locorregional, Cirurgia ortopédica, Anestésico local, Medicina VeterináriaResumo
O presente resumo tem como objetivo relatar o caso de um canino doméstico, macho, de quatro anos, não castrado, submetido a protocolos anestésicos para realização de remoção de aparato ortopédico em membro torácico, a fim de evidenciar a utilização efetiva do bloqueio do plexo braquial realizada na técnicas “às cegas”. O animal foi encaminhado para a Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária (SUHVU) da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Realeza - PR, para atendimento e procedimento cirúrgico de retirada de aparato ortopédico em um pós-operatório de 45 dias após procedimento de estabilização de fratura em rádio e ulna. Na avaliação pré-anestésica, considerando seu estado físico e clinicamente estável, o paciente foi classificado como ASA (American Society of Anesthesiologists) II. Dada a utilização do protocolo de MPA (medicação pré-anestésica), com metadona (0,3mg/kg), associado a tiletamina + zolazepam (5mg/kg). Já a utilização do propofol (5mg/kg) para a indução anestésica por via intravenosa e posteriormente a intubação orotraqueal, e manutenção anestésica com isoflurano vaporizado a oxigênio 100%, em circuito tipo Baraka, cuja CAM (concentração alveolar mínima) variou de 1.5% a 3,8% durante o procedimento. O intuito da realização do bloqueio do plexo braquial é a analgesia proporcionada, considerando a atuação dos anestésicos locais diretamente nos nervos e a inibição da transdução da dor, abolindo totalmente os reflexos motores e sensitivos durante o seu tempo de efeito. No paciente, optou-se pela utilização de lidocaína sem vasoconstritor (3mg/kg) e bupivacaína (0,5mg/kg), sendo a lidocaína um fármaco de latência curta e duração moderada, proporcionando uma ótima eficácia de até duas horas, cuja associação com bupivacaína prolonga a duração da analgesia. A associação de vasoconstritores aos anestésicos locais proporciona a eles um tempo de duração mais prolongada, porém com indicações restritas quanto à sua utilização. Outros anestésicos locais podem ser empregados, como a ropivacaína, que possui um bloqueio motor menos potente e tempo de duração menor, além de causar reações tóxicas menos graves que a bupivacaína, que tem característica de cardiotoxicidade, não sendo indicada para uso em animais com cardiopatias. Além dos fármacos anestésicos, houve a utilização de fármacos auxiliares para controle da dor e inflamação no pós operatório, onde empregou-se cefalotina (25mg/kg), dipirona (25mg/kg) e meloxicam (0,2mg/kg). Durante o trans cirúrgico, realizou-se o monitoramento dos parâmetros vitais de FC (frequência cardíaca), FR (frequência respiratória), SpO₂ (saturação de oxigênio), EtCO2 (pressão parcial de dióxido de carbono ao final da expiração) e temperatura corporal, além da aferição da pressão arterial sistólica, média e diastólica. Todos os parâmetros avaliados mantiveram-se estáveis e com uma curta faixa de variação ao longo do procedimento, dentro dos seus valores de referência para cães em analgesia, demonstrando a eficácia dos protocolos efetivados e do bloqueio local instituído. Em avaliação de retorno após 14 dias do procedimento, verificou-se estabilidade do paciente e apoio do membro operado, sem relato de complicações pós-cirúrgicas ou anestésicas. O caso relatado demonstra que as técnicas adotadas foram eficazes no manejo clínico e cirúrgico da dor e essenciais para os resultados satisfatórios do procedimento.
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