VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA COMO INDICATIVO DE ESTRESSE EM CÃES DOMICILIADOS COM RESTRIÇÃO DE ESPAÇO
Palavras-chave:
Bem-estar; Equilíbrio simpatovagal; AmbienteResumo
A qualidade de vida dos cães está associada a diversos fatores, e quando condições fundamentais para o bem-estar deixam de ser seguidas, surge o estresse, ativando diferentes mecanismos no organismo como uma forma de adaptação ao agente estressor. Um exemplo são as condições de moradia insatisfatórias que resultam em isolamento social e limitação física. Entende-se que o bem-estar é prejudicado nesses casos, ocorrendo o estresse devido a tentativa de enfrentamento do ambiente. Assim podem ocorrer, entre outros fatores, alterações ao sistema cardiovascular relacionados a um desequilíbrio entre sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático, e a liberação de cortisol e catecolaminas a longo prazo. Para avaliar o estresse, podem ser utilizados parâmetros fisiológicos como a análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC), que avalia o equilíbrio entre sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. Portanto, este trabalho teve por objetivo a análise da VFC de oito cães, divididos nos grupos com restrição e sem restrição de espaço, a fim de determinar a influência do estresse da restrição de espaço pelo presente método. O tamanho da amostra foi calculado considerando o teste estatístico T não pareado para amostras independentes e o tipo de análise de poder selecionado foi a priori. O efeito calculado foi obtido considerando os dados descritos por Kuhne, Hobler e Struwe (2014), α=0,05 e poder estatístico de 0,95. Após a aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal da Fronteira Sul, a pesquisa foi realizada na Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Realeza - PR para triagem, assim como, no domicílio dos tutores para uso do eletrocardiograma ambulatorial em registros de 24 horas. A análise da variabilidade da frequência cardíaca foi feita com base em cálculos estatísticos, por meio da análise no domínio do tempo (SDNN, SDANN e pNN50). Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística, sendo analisados pelo teste de normalidade de Shapiro-Wilk. As variáveis paramétricas foram analisadas por teste T não pareado e as variáveis não paramétricas por teste de Mann-Whitney. Não houve diferença nos índices SDNN, SDANN e pNN50 entre os dois grupos (p=0,3138, p=0,3188 e p=0,4941 respectivamente). Os resultados da análise da variabilidade da frequência cardíaca podem indicar que os cães do grupo com restrição de espaço não tenham maiores ativações do sistema nervoso autônomo simpático relacionado a um ambiente estressante, ou, pode haver uma habituação ao mesmo, não significando a ausência de prejuízos quanto ao bem-estar. Assim como, a integração do sistema nervoso autônomo com outros sistemas faz sua interpretação ser complexa, existindo a necessidade de maior compreensão de outros fatores ao analisar a variabilidade da frequência cardíaca relacionada ao estresse. A partir desse estudo conclui-se que as frequências cardíacas e análise da variabilidade da frequência cardíaca não foram úteis para indicar estresse em cães com restrição de espaço.
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