OS SABERES DESVELADOS NO PROCESSO DE PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICA/SEMIÓTICA EM LIVRO DIDÁTICO DE ENSINO MÉDIO
Palavras-chave:
Linguagem como Interação; Prática de Análise Linguística/Semiótica; Leitura; Ensino Médio; Livro Didático.Resumo
Ao abordar o ato da leitura, é essencial compreendê-la além do processo superficial de decodificação, de identificar a materialização linguística de maneira grafofônica, ou de apenas compreender o texto-enunciado em sua superficialidade. É preciso vislumbrar esse movimento como uma atividade de alteridade, de (re)conhecimento da inter-relação e da interdependência entre autor-texto-leitor-contexto e, portanto, da ação que envolve fatores linguísticos e extralinguísticos. Nesse sentido, é importante destacar a distinção do ser leitor e do saber ler. Entende-se que ser leitor implica em se inscrever na leitura, colocar a sua voz nas palavras escritas, submetendo-se ao incômodo da leitura, pois aquele que rejeita leituras com maior envolvimento intelectual se torna avesso aos textos densos que não oferecem uma ratificação imediata. Em vista disso, este estudo, ainda em andamento, busca compreender em que medida as propostas de Prática de Análise Linguística/Semiótica - PAL/S, com foco no processo de leitura, presentes no livro didático Estações Língua Portuguesa: rotas de atuação social aproximam-se ou distanciam-se da perspectiva de linguagem como interação discursiva, em que se analisam, em se tratando de estudo de textos-enunciados de gêneros discursivos, tanto a sua dimensão contextual, quanto linguístico-semiótica. A investigação torna-se importante em função da emergência da comunidade acadêmico-escolar refletir sobre como o livro didático pode influenciar o ensino de Língua Portuguesa nas escolas públicas de Educação Básica, direcionado ao Ensino Médio, tornando-se um fator preponderante para a aprendizagem em língua materna. Considerando o contexto sócio-histórico-cultural em que se encontra a sociedade brasileira, é imprescindível que estudos sejam realizados nesse âmbito do ensino, para se ampliar a reflexão crítica acerca da última etapa da Educação Básica, agregando conhecimentos vitais para a adequada inserção do jovem na academia, na profissão e nas relações interpessoais que empreenderá socialmente. Em se tratando de formação de leitores, deve-se considerar a sala de aula como uma das peças centrais para essa formação. A função da escola em formar leitores críticos é crucial, especialmente em um mundo em que a informação circula por diversos meios e contextos, no entanto, o desafio transcende a mera decodificação e a literalidade. É fundamental que a escola promova uma abordagem crítica da leitura, e que os estudantes sejam incentivados a questionar, analisar e interpretar os textos em profundidade, possibilitando assim, um entendimento e capacidade de criticar os discursos subjacentes, contribuindo para uma cidadania mais informada e consciente. Para conduzir esta pesquisa, adota-se a abordagem do Materialismo Histórico e Dialético - MHD, analisando o objeto de estudo em sua totalidade. Ao conduzir a investigação nessa perspectiva, é essencial compreender o objeto em relação à totalidade da qual faz parte, captando suas contradições internas e entendendo seus movimentos, para possibilitar mudanças qualitativas. Para a dialética, nada está definitivamente concluído; tudo está em constante processo de construção, em que um fim marca o início de outro. Assim, espera-se que os resultados obtidos no estudo possam ser salutares para o desenvolvimento de capacidades letradas na formação inicial, continuada e permanente de professores e em seus processos de ensinagem.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.