MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E GRAVIDADE DA COVID-19 EM PACIENTES ASMÁTICOS E PNEUMOPATAS HOSPITALIZADOS

Autores

  • Paulo Cesar Estefano Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Marcela Alles Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Gustavo Olszanski Acrani Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Shana Ginar da Silva Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Jossimara Polettini Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Renata dos Santos Rabello Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ivana Loraine Lindemann Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

SARS-CoV-2, sinais e sintomas, pneumopatias

Resumo

A Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) originou-se na China em 2019 e tornou-se uma pandemia global em 2020. As manifestações clínicas da doença podem ser leves, como febre, tosse e mialgias, até quadros graves de insuficiência respiratória. Trata-se de um estudo de coorte que objetivou descrever os sinais e sintomas da COVID-19 em pacientes asmáticos ou pneumopatas internados em hospital terciário e avaliar sua relação com a gravidade e a evolução da doença. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe de Passo Fundo, RS, e fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde. A amostra incluiu pacientes com asma ou pneumopatia hospitalizados por COVID-19 em 2020/21. Analisaram-se os desfechos: internação maior que 7 dias, necessidade de unidade de terapia intensiva (UTI), uso de ventilação invasiva e evolução ao óbito. Consideraram-se os sinais e sintomas como exposição, determinando a frequência de cada um. Estimou-se a incidência dos desfechos com IC95% e sua distribuição conforme a exposição, usando o teste de qui-quadrado com 5% de significância. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 4.405.773). A amostra foi constituída de 460 pessoas, majoritariamente homens (53,5%), brancos (94,1%), de 60-69 anos (19,3%), com ensino fundamental completo (52,4%) e com comorbidade associada (66,5%). Desconforto respiratório (86,3%), dispneia (85,9%) e SpO2<95% (84,6%) foram os sinais e sintomas mais comuns. Tempo de internação maior que 7 dias ocorreu em 62,2% (IC95 57,4-66,7); UTI em 40,2% (IC95 35,7-44,7); suporte ventilatório invasivo em 30,6% (IC95 26,2-35,2); e óbito em 41,2% (IC95 36,5-45,9). Relacionou-se: dispneia ao tempo de internação (p=0,006), UTI (p=0,008) e óbito (p=0,048); suporte ventilatório invasivo à presença de desconforto respiratório (p=0,039) e a fadiga (p=0,012); UTI (p=0,006) e letalidade (p=0,001) naqueles com SpO2<95%. Observou-se alta frequência de manifestações como desconforto respiratório, dispneia e baixos níveis de saturação de oxigênio, os quais relacionara-se significativamente a desfechos adversos como internação prolongada, necessidade de terapia intensiva, uso de ventilação invasiva e taxa de letalidade. Destaca-se, assim, esses sinais e sintomas como indicadores importantes de desfechos graves em casos de COVID-19 em pacientes com asma ou pneumopatias.

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Publicado

03-10-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Passo Fundo