PERSPECTIVAS DE FUTURO: A EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA COMO MEIO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E FORTALECIMENTO DA SAÚDE MENTAL DE ADOLESCENTES
Palavras-chave:
Racismo; saúde mental; educação; adolescentes; futuroResumo
A educação antirracista é uma ferramenta de transformação social no Brasil, um país marcado por profundas desigualdades raciais e históricas. Assim, ao promover a conscientização sobre o racismo estrutural e institucional, e suas consequências ligadas a exclusão e adoecimento psíquico, a educação antirracista busca desconstruir preconceitos, incentivar a equidade e valorizar a diversidade cultural e étnica. Nesse sentido, quando se aborda sobre esse tema, no período da adolescência em ambiente educacional, busca-se realizar a formação de uma geração mais crítica e com a representatividade e a saúde mental fortalecidas. E é nesse contexto que se estrutura a pesquisa, e na sequência com projeto extensionista, que está sendo desenvolvido em escolas públicas da cidade de Passo Fundo/RS, com estudantes e professores do ensino fundamental. Posterior ao levantamento dos efeitos negativos do racismo sobre a saúde mental de adolescentes, a restituição da pesquisa produziu a extensão para o debate das ações afirmativas. Dentre as atividades realizadas, elenca-se encontros formativos com os professores, onde foi abordado sobre a lei de cotas, a lei que prevê o ensino obrigatório da cultura e história afro-brasileira e indígena nos espaços escolares, bem como disponibilizado material didático para a efetivação do marco legal e consequente construção de uma escola antirracista. Além disso, foram realizadas palestras, oficinas e grupos de discussão com os estudantes sobre questões étnico-raciais, perspectivas de futuro e possibilidades de enfrentamento coletivo do racismo, visto que esse preconceito produz efeitos deletérios para a saúde mental, principalmente nessa fase da vida. Dessa forma, na medida em que se fomenta a formação dos professores, para a construção de uma sociedade mais consciente de sua formação étnica, que perpassa pela consciência da contribuição ímpar dos povos indígenas e afro-descendentes, torna-se possível o fortalecimento da autoidentificação, melhoria da autoestima e construção de instrumentos de enfrentamento aos imbróglios originados das vivências do racismo na vida dos adolescentes negros. Nesse contexto, o projeto vem construindo um arcabouço que possibilita o reconhecimento das cotas, como uma possibilidade de acesso às políticas de educação e saúde, na perspectiva de pesquisa intervenção e, mais ainda, modificando padrões e ampliando discussões antes pouco tangenciadas. Dessa maneira, a escola que disponibilizou a realização da pesquisa e posterior capacitação com todos os docentes e os discentes, tem sido reconhecida como um espaço de acolhimento para estudantes imigrantes, negros e indígenas, buscando reduzir o atraso escolar e adoecimento psíquico de adolescentes. O projeto de extensão segue com oficinas em outras escolas públicas do município.
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